quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Deputado e obstetra: Conheça Thiago Duarte, vice de Juliana Brizola

 Candidato do União Brasil é o terceiro entrevistado de série com vices na corrida pela prefeitura de Porto Alegre

Thiago Duarte é o vice na chapa de Juliana Brizola na disputa pela prefeitura de Porto Alegre 

Correio do Povo segue com a série de entrevistas com quatro candidatos à vice-prefeitura de Porto Alegre com partidos com representação na Câmara dos Deputados. Em meia hora, o vice de Juliana Brizola (PDT), Thiago Duarte, do União Brasil, expõe propostas e critica a atual gestão. Raqueli Baumbach (Novo) será a última entrevistada. Betina Worm (PL) e Tamyres Filgueira (PSol) foram as primeiras entrevistadas.

A seguir, os principais trechos.

Quem é Thiago Duarte?

Sou um médico que está parlamentar, também fiz Direito. Sou clínico e gineco-obstetra com carreira de 10 mil partos realizados. Prestei concurso para a prefeitura de Porto Alegre, aprovado em 1999. Era uma administração do PT. Quem geria a Saúde viu que eu era um médico que buscava a justiça para os pacientes, criava algumas dificuldades. Então me propuseram assumir no lugar mais distante do centro da cidade, que era o Lami, mesmo tendo vaga no centro.

Como ingressou na política?

Um grupo de pacientes do Lami me convenceu a concorrer a vereador em 2004. Foi a grande virada de Porto Alegre, com uma vitória retumbante do Fogaça. Porto Alegre tem três prefeitos emblemáticos. O primeiro é o Brizola, que deu uma oportunidade para a minha família. O segundo foi João Antônio Dib, que valorizou serviços públicos, como o Dmae, e o terceiro foi Fogaça. Fiz uma votação pequena, 2.495 votos. Na gestão Fogaça, fui coordenador do distrito sanitário da Restinga, no extremo-sul. Acabei concorrendo em 2008, pelo PDT, fiquei como primeiro suplente. A Juliana foi a mais votada e, dois anos depois, se elegeu deputada estadual. Então me tornei vereador. De lá pra cá, segui os mandatos parlamentares. Em 2016, fui o segundo mais votado. E agora os dois mandatos de deputado estadual.

  | Foto: Ricardo Giusti

Que oportunidade Brizola deu à sua família?

Vim de uma família muito pobre de Esteio. Meu pai, com oito anos, vinha sempre com um livro debaixo do braço para ser ambulante em Porto Alegre. Minha avó ouviu de outra ambulante no Centro: “teu filho está sempre carregando um livro, leve-o para o prédio ao lado do Mercado Público, lá tem um cara que distribui bolsa de estudo”. Esse prédio é a prefeitura e o cara que distribuía a bolsa era o prefeito Leonel de Moura Brizola. O que possibilitou que tivéssemos oportunidades foi a bolsa que meu pai ganhou. Sou um trabalhista convicto e um brizolista sem nenhuma dúvida. O Brizola, como prefeito tinha um lema: nenhuma criança sem escola. Hoje, temos 8 mil crianças em idade escolar fora da escola. Em dois anos, ele zerou o déficit de vagas na educação e é isso que vamos fazer agora.

Como foi o processo para ser vice, visto que era pré-candidato à prefeitura?

Tinha uma combinação prévia entre União Brasil e PDT, eu e Juliana, um pacto pela cidade, despojado de vaidades. A cidade está acima de nós. O pacto foi de estarmos juntos nessa eleição. Aí as coisas acabaram avançando. Houve grupos ligados às duas candidaturas que tentaram interferir internamente no União Brasil para que eu não fosse candidato, para que ela não fosse candidata. Tem muitos interesses escusos. Primeiro, para que não estivéssemos juntos e depois para sabotar a nossa participação.

Para beneficiar outros nomes?

Para beneficiar outros candidatos, outros interesses. Todo mundo sabe que a cidade está cheia de problemas. Em todas as áreas, onde levanta, tem um “cabritinho”. O status quo não quer que uma candidatura que não tenha rabo preso participe da eleição. O zelador sumiu no meio do processo. São 64 quilômetros de diques e anteparos que romperam. Temos um compromisso de zerar a corrupção. Ferrari não é barato. Tinha uma Ferrari na garagem, a secretária comprou uma casa com dinheiro vivo, dinheiro que saiu da corrupção. Mas isso não sou eu que estou dizendo, o Ministério Público que disse. Na saúde, a maior demanda reprimida dos últimos 10 anos. É uma vergonha.

  | Foto: Ricardo Giusti

Quais são os principais desafios de Porto Alegre?

O prioritário é a defesa da cidade (contra cheias). Vamos fazer uma grande revisão dos 64 quilômetros de diques e anteparos, colocar dois geradores em cada uma das 20 casas de bombas e levantar os equipamentos elétricos. Com que dinheiro? Com os R$ 361 milhões que tem no Dmae e que o prefeito não utilizou. Na saúde, vamos zerar a demanda reprimida de consultas e cirurgias em seis meses. Na educação, vamos zerar as crianças sem escola.

A chapa tem o apoio do PSDB do governador Eduardo Leite. Ele vai participar da campanha?

Já conversamos com ele. PDT e União Brasil são partidos da base do governo com muito orgulho. Ele vai estar presente dentro da nossa campanha.

Inclusive na TV?

Espere, vamos ver…

  | Foto: Ricardo Giusti

Caso eleito e, daqui a quatro anos quando sair uma matéria no Correio do Povo sobre como foi a gestão, o que gostaria de ler na manchete?

Gostaria de ler que Porto Alegre não tem nenhuma criança sem escola, que a demanda reprimida de consultas e cirurgias é a menor dos últimos 10 anos, que as pessoas têm segurança para tocarem seus comércios. Eu queria ver nessa manchete que Porto Alegre passou a ter, por interferência da administração, um atendimento médico e de saúde mais humano.

Correio do Povo

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