Localidade na zona Norte está com postos de saúde desativados há mais de dois meses
Uma força-tarefa com 45 voluntários promove, neste sábado, um mutirão de limpeza da Unidade de Saúde Farrapos, na zona Norte de Porto Alegre. O grupo é formado por integrantes da Central Única das Favelas (Cufa) e da SAS Brasil, organização social que há mais de uma década realiza mutirões de atendimento médico por todo o país.
O posto de saúde atende cerca de 12 mil moradores da Vila Farrapos, que soma uma população de 30 mil. Além da estrutura, localizada na rua Graciano Camozzato, a região também conta com a Unidade de Saúde Mário Quintana, que fica na rua 698. Ambas, entretanto, permanecem interditada desde o início de maio, quando a localidade foi devastada por chuvas e enchentes.
Sem nenhuma das unidades de saúde em funcionamento, a única opção dos moradores da Vila Farrapos é recorrer a um posto avançado, erguido na Praça Sesi, no entorno da avenida Frederico Mentz. A outra alternativa seria buscar a unidade móvel estacionada no CTG Vaqueanos da Tradição, no bairro vizinho Humaitá.
De acordo com o coordenador da Cufa-RS, Marcelo Nunes, a Unidade de Saúde Farrapos chegou a ficar alagada por 23 dias consecutivos. Ali, a água atingiu 2,1 metros. Todos os itens que estavam no interior do imóvel foram perdidos na água, incluindo equipamentos e remédios.
"Esse é o terceiro dia de limpeza na unidade. Antes disso, na quinta e sexta-feira, nos dedicamos a retirar materiais e entulhos que estavam ali dentro. O foco agora é a limpeza, que é a parte mais pesada do trabalho. Tudo isso é uma tentativa de voltar à normalidade e salvar o posto de saúde”, disse o representante da Cufa no estado.
A previsão é que os trabalho se estendam ao longo do dia e continuem neste domingo. Para isso, os voluntários contam com 25 lava-jatos doados pelo Instituto Alok. Também são parceiros da iniciativa a Liberta Investimentos, Digisac, Organon, Sertões, Roche Farma, Novo Nordisk, Fifi Rally Team + BCJ, HStern, Mercedes Benz Brasil, Shopping TOTAL e Philips Foundation.
De acordo com a SAS Brasil, o esforço voluntário focado nos gaúchos seguirá até dezembro. Os serviços, além da limpeza e restruturação de áreas atingidas, também oferece apoio psicológico e emocional a vítimas do dilúvio e profissionais de saúde.
"Nossa equipe foi a campo para entender como a SAS Brasil poderia ter uma atuação de impacto, a curto, médio e longo prazo na região. Uma das primeiras impressões da equipe é a sobrecarga emocional que os profissionais de saúde da região estão sendo submetidos e por isso, além do atendimento para população em geral, iniciamos um programa voltado para quem está na linha de frente dessa tragédia", destacou Marina Cardoso, que é gerente de engajamento da organização social.
O voluntário paulista Anderson Gaspar, que acompanha a atuação da SAS Brasil em Porto Alegre, ressalta a importância de convocar pessoas de outras regiões para apoiar a reconstrução. "Sabemos que neste momento a população afetada está com suas forças voltadas para a reconstrução de suas casas. Por entendermos a necessidade de apoiar outras frentes, como a da saúde, estamos acionando nossa rede nacional de voluntários para virem até aqui ajudar.”
Missão Rio Grande do Sul
Com mais de 7.600 realizados em mais de um mês, a SAS Brasil tem sido uma das organizações destaques para a reconstrução das regiões afetadas pelas enchentes. Com iniciativas de atendimento em saúde, mutirões e doações, a instituição do terceiro setor lançou a Missão Rio Grande do Sul, um plano de ação de curto, médio e longo prazo que está ajudando a população afetada pelas enchentes. Até o início de julho, a SAS Brasil já realizou atendimentos médicos, distribuiu doações e deu início ao trabalho do cuidado com a saúde mental dos profissionais de saúde atuando na linha de frente. Com uma Unidade Módel de Saúde, carreta equipada com consultórios médicos, estacionada no estado, a expectativa é que juntamente com parceiros,
Correio do Povo
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