segunda-feira, 15 de julho de 2024

Sócio de Nego Di em suposto esquema estelionatário está foragido, afirma Polícia Civil

 Humorista teria recebido cerca de R$ 300 mil nos primeiros meses e ficará preso em Canoas; ao todo, fraude resultou em prejuízo de R$ 5 milhões para vítimas



A Polícia Civil do Rio Grande do Sul apresentou no final da tarde deste domingo detalhes da investigação que resultou na prisão preventiva do humorista Dilson Alves da Silva Neto, popularmente conhecido como Nego Di. A polícia também confirmou que o sócio do influenciador no esquema de estelionato, Anderson Bonetti, está foragido com mandado de prisão preventiva em aberto. O golpe teria resultado no prejuízo de R$ 5 milhões em mais de 370 vítimas.

Segundo o Chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Fernando Antônio Oliveira Sodré, a investigação iniciou em 2022, com a criação do site no qual ambos eram sócios. Nenhum aparelho adquirido foi entregue para as vítimas no Rio Grande do Sul e fora do Estado. Desde o final da tarde deste domingo, Nego Di está em deslocamento para Canoas, onde ficará recolhido ao sistema prisional de forma preventiva.

“Mesmo sabendo das reclamações, ele (Nego Di) continuou fazendo a oferta dos bens, o que não deixa dúvida nenhuma de que ele é autor e participou ativamente destes crimes. As pessoas foram vitimadas nesta fraude a partir da influência dele nas redes sociais. Não há nenhum conteúdo neste inquérito que tenha caráter político. Trata-se de uma investigação técnica em curso desde 2022, com quebra de sigilo bancário e telefone, que não nos deixa dúvidas da prática de estelionato”, afirmou.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o início das atividades da sociedade firmada entre Nego Di e Anderson Bonetti iniciou em 2022, quando a loja virtual foi criada. Na internet, eles teriam iniciado a fazer a venda de bens com valor abaixo do mercado, atraindo as vítimas. Entre março e maio de 2022, as primeiras ocorrências foram registradas em delegacias de polícia no RS, noticiando que a entrega dos bens não havia sido feita.

A polícia reforçou que o prazo de 50 dias que foi informado pela loja fazia parte do plano idealizado pelos criadores para ludibriar as vítimas. Com a investigação técnica, os policiais afirmam ter conseguido comprovar que Nego Di havia recebido mais de R$ 300 mil em sua conta bancária no mesmo período, mesmo enquanto o humorista divulgava vídeos em redes sociais afirmando que também teria sido vítima do esquema.

O inquérito da Polícia Civil foi encerrado em 2023 e encaminhado ao Ministério Público do Rio Grande do Sul. A prisão preventiva dos dois supostos sócios no esquema foi determinada na noite da última sexta-feira. Nego Di foi localizado e preso na manhã deste domingo em uma casa na praia de Jurerê em Florianópolis, em Santa Catarina. Anderson Bonetti segue foragido.

O outro lado

Através das suas redes sociais, Nego Di se pronunciou a respeito da sua prisão através dos seus advogados.

“Em relação aos recentes acontecimentos, envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis. Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção da inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento”, diz a nota.

"Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de Nego Di. Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade”, encerra a publicação dos advogados Hernani Fortini, Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula.

Correio do Povo

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