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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Seis casais vítimas das inundações em Porto Alegre participam de casamento coletivo no Palácio da Justiça

 Celebrações, gratuitas, foram formalizadas pelo Judiciário na tarde deste sábado

Luciano e Vanessa formalizaram união que já dura quatro anos 

O Poder Judiciário gaúcho realizou, na tarde deste sábado, o casamento coletivo de seis casais em espaço especialmente voltado para cerimônias, no Palácio da Justiça, no centro de Porto Alegre. A iniciativa é uma parceria do Judiciário gaúcho com o Registro Civil da 1ª Zona de Porto Alegre, e neste ano priorizou famílias atingidas pelas inundações.

A proposta surgiu quando os casais ainda estavam nos alojamentos temporários instalados na Capital. Os voluntários do projeto “Recomeçar é Preciso!” foram questionados sobre a possibilidade de realizar o casamento deles, durante a coleta de informações para a recuperação da documentação civil. A ideia tomou força e não demorou para se espalhar para outros abrigos.

“Vinham emocionados ao falar com a gente, dizendo que nós iríamos concretizar o sonho deles”, relata a Assessora Luiza Ramos, voluntária do projeto “Recomeçar é Preciso!” e uma das coordenadoras do evento.

Noivos foram acompanhados por amigos e familiares Noivos foram acompanhados por amigos e familiares | Foto: Mauro Schaefer

Para os organizadores, diante dos desafios impostos pela enchente que retirou muitos moradores de suas casas, a ação oportuniza um momento alegre e necessário nesta fase de reconstrução.

O Casamento Coletivo também proporcionou aos casais o fornecimento de roupas, salão de beleza e barbearia, fotografia, violinista, decoração e buquê de flores para as noivas. Após a união civil, foi proporcionada uma pequena recepção, no saguão do Palácio da Justiça.

Acompanhados de familiares, amigos e vizinhos, os noivos foram conduzidos até a Galeria dos Casamentos, local onde, desde as décadas de 60 e 70, são celebrados matrimônios de pessoas que não podem arcar com as despesas.

“A gente já tinha esse plano, e devido a tudo que aconteceu, surgiu o convite e decidimos comprovar a nossa relação”, destacou Antônio Amorim da Silva Lima, de 31 anos. Ele se uniu a Andreza Nascimento dos Reis, de 29 anos. Eles estavam acompanhados pelos filhos, Andriele, 7 anos, e Anderson, 10, que levaram as alianças ao casal diante do juiz de paz. A família veio de Manaus, no Norte do Brasil, para trabalhar no RS, e vive em Porto Alegre há oito meses.

Antônio e Andreza são do estado de Amazonas e estão no Rio Grande do Sul há oito meses Antônio e Andreza são do estado de Amazonas e estão no Rio Grande do Sul há oito meses | Foto: Mauro schaefer

Já o pintor Luciano Dias, de 46 anos, e a dona de casa Vanessa Trisch, de 37 anos, estavam acompanhados por amigos e da madrinha, Eliane, quando disseram sim ao juiz de paz e formalizaram a união de 4 anos. “Foi ela que nos abrigou e nos avisou do casamento coletivo. Agora é nossa madrinha do coração”, garantiu o morador do Bairro Sarandi, uma das regiões mais afetadas de Porto Alegre.

Ordenadamente, os casais foram chamados um por um para a troca das alianças e assinatura da certidão de casamento. Após a assinatura do último casal, foi realizado um brinde.

Correio do Povo

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