Local ainda apresenta acúmulo de água, mesmo após semanas do fim das inundações em outros lugares da cidade
Entorno do veículo, no bairro Navegantes, ainda está tomado pela águaO retorno a uma normalidade na região do 4º Distrito, em Porto Alegre, não parece mais tão distante quanto em outros períodos, apesar de as marcas da enchente histórica de maio ainda estarem visíveis nas paredes dos estabelecimentos e nas memórias dos moradores. O recuo lento das águas abaixo do viaduto da avenida Sertório com a rua Voluntários da Pátria, bairro Navegantes, revela cada vez mais a sujeira e a areia acumuladas nos trilhos da Trensurb, assim como em seu entorno.
Chama a atenção um automóvel Citroën C4, de cor preta, submerso há várias semanas, e que agora já é visível do viaduto. Ele estava neste sábado com o capô aberto e totalmente inutilizável. Registros apontam que ele é emplacado em Belo Horizonte (MG). Em volta dele, ainda há bastante água acumulada, dificultando sua remoção por ora.
A área em questão ainda apresentava, no entanto, um ar lúgubre, com pouca movimentação de pessoas, exceto de funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), que removiam algum volume de terra das lojas abandonadas ao redor. Nos últimos dias, recuou também o volume de água acumulado na Voluntários, onde os bueiros chegaram a extravasar em episódios anteriores de chuva.
Assim, era possível aos veículos passarem por ali, onde antes, havia até 50 centímetros de inundação a partir do chão. Havia alguns cavaletes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) no meio da via, mas apenas para marcar um antigo bloqueio, não mais existente. Nas demais ruas, havia apenas o acúmulo de lixo, nos quais equipes do DMLU também seguiam trabalhando para sua remoção.
A Trensurb aponta que faz parte do seu plano de recuperação a retomada da via permanente, incluindo a substituição do lastro de pedra britada afetada pelas enchentes e contaminado pela areia e lodo. Caso fosse mantida, prejudicaria a estabilidade da via, afirma a estatal. O trabalho deverá ser realizado em um trecho de cerca de 22 quilômetros, resultando na necessidade da troca de até 16,7 mil dormentes, como são chamadas as peças retangulares transversais à via férrea e sobre os quais são assentados os trilhos em si.
Correio do Povo
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