Operação conjunta terá engenharia do Exército auxiliando na reconstrução de diques; hospitais de campanha podem ser desativados até o final de julho
Além de resgatar mais de 70 mil pessoas e 10 mil animais durante enchente, Operação Taquari 2 também auxiliou na entrega de donativos para áreas atingidas e ilhadasDepois de resgatar mais de 70 mil pessoas e 10 mil animais durante os dias cruciais da enchente histórica, a Operação Taquari 2 entrou nos últimos dias em uma nova fase. Segundo o general Hertz Pires do Nascimento, que está à frente do Comando Conjunto da operação, o foco segue sendo na retomada da normalidade nas cidades atingida a partir da limpeza, mas com um grande esforço dos batalhões de engenharia no auxílio em obras, principalmente de proteção contra cheias.
O general destacou o início dos trabalhos de engenheiros do Exército Brasileiro no levantamento topográfico de diques de cidades da região metropolitana, como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo. No Vale do Sinos, militares já estão realizando visitas e reconhecimentos das áreas onde os diques sofreram danos com a enchente, em um processo realizado em parceria com a prefeitura de São Leopoldo.
“Entendemos que os diques que protegem estes municípios precisam ser refeitos. A engenharia entende que, quando um evento desta magnitude acontece, aquilo que estava preparado e foi superado precisa ser revisto. Então nós vamos ajudar, colocando nosso sistema de engenharia à disposição para ajudar neste processo”, apontou o general Hertz.
Além do apoio à reconstrução de estruturas essenciais, o comandante da Operação Taquari 2 também reforçou que militares seguirão atuando na força-tarefa para limpeza de escolas e unidades de saúde. “Ainda tem uma grande quantidade de entulhos que precisa ser retirada. Estamos fazendo uma força-tarefa para ajudar, colocando todo nosso maquinário e pessoal de engenharia dedicado nesse trabalho”, completou.
Hertz também anunciou que, até o final do mês, deverá ser encerrada as operações nos hospitais de campanha instalados pela Operação Taquari 2.
Operação servirá de base para ações do Exército
Ainda conforme o general Hertz, toda experiência adquirida na Operação Taquari 1, realizada em 2023 após as enchentes no Vale do Taquari, seriam tema de um encontro em maio em Santa Catarina. Entretanto, o evento não chegou a acontecer em função dos esforços aplicados em todo o RS no mesmo período. O comandante do Comando Militar do Sul (CMS) ainda reforçou que as ações realizadas na Operação Taquari 2 servirão de base em caso de novos eventos climáticos.
“O sucesso do trabalho do comando conjunto ocorreu a partir da soma de esforços, não só dos militares, mas de todas as instituições estaduais, federais e municipais que atuaram. Dar as mãos foi muito importante. Por exemplo, diminuindo o esforço em termos de segurança pública permite que nós voltemos nossa atenção para a reconstrução de pontes, instalação de sistemas de ligação provisórios e reconectar o estado. Foi com esse objetivo que nós trabalhamos”, falou.
Para o general, o país ainda precisa de um sistema de monitoramento de tempestades com precisão otimizada, para evitar “surpresas” nos esforços conjuntos. “Precisamos sair de um estado de dispositivo de expectativa, como chamamos, para efetivamente um estado de prontidão. É importante saber onde vai acontecer o próximo evento para colocar nossos recursos, junto com Defesa Civil estadual e municipal, à disposição para reduzir riscos de perdas humanas. Esse é o principal objetivo”, finalizou Hertz.
Correio do Povo
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