quarta-feira, 24 de julho de 2024

Quase três meses depois da enchente, prédios do Centro Histórico ainda recorrem ao uso de geradores

 Nesta segunda-feira, ao menos oito prédios estavam sem luz no Centro de Porto Alegre; proprietários precisaram recorrer a geradores para utilizar energia elétrica



Ainda pela manhã desta segunda-feira, prédios do Centro Histórico de Porto Alegre seguiam sem energia elétrica, e técnicos da CEEE Equatorial trabalhavam em busca de uma solução. Em alguns casos, o fornecimento de luz havia sido interrompido ainda na sexta-feira, preocupando moradores e trabalhadores da área. Na tarde de sábado, um desarme ocorrido em dois transformadores ocasionou falta de luz em mais de 23 mil residências em cinco bairros na área central.

Alguns locais continuam sendo limpos quase dois meses depois do final da tormenta, porém sem o uso de geradores elétricos. No entanto, na Galeria 7 de Setembro, entre a rua 7 de Setembro e Siqueira Campos, os equipamentos precisaram retornar para que as lojas voltassem a funcionar normalmente. A causa, conforme o síndico Alexandre Siegmann, foi o rompimento de um cabeamento interno de responsabilidade da companhia. “Os proprietários já tinham praticamente concluído a limpeza, mas voltou o problema da falta de luz. Demos um passo para trás”, disse ele.

“Tivemos de voltar com o gerador em função do comprometimento da rede, que é muito antiga, baixa manutenção e um pouco de desconhecimento do pessoal novo da CEEE Equatorial. Todo o Centro está sob ‘suspeita’ de que poderá acontecer de novo, porque a renovação da rede está sendo retardada pela empresa. E você não sabe se vai poder trabalhar, se seu funcionário poderá vir. Existe todo um descrédito. Como um empreendedor vai montar seu negócio?”, prosseguiu.

Também conforme Siegmann, somente em empregos diretos na galeria e no edifício, 150 pessoas são afetadas, fora o movimento de até 12 mil pessoas por dia que passam pelo local. “Na parte financeira, são cerca de R$ 300 mil em prejuízos diariamente”. Ainda segundo ele, oito prédios do entorno ainda passavam pela situação. No edifício Castelo, na Siqueira Campos, o gerente de uma empresa de renegociação de dívidas, Williande Cardoso, que fica no 16º andar, aguardava com seus funcionários no lado de fora do prédio até uma solução da CEEE Equatorial.

“Estamos sem luz desde sexta-feira às 6h. Estamos no aguardo e na expectativa. Desde sábado ficaram de ligar, mas disseram que está sendo impossível passar cabos a partir do transformador. Depois dessa cheia, complicou mais ainda. O pessoal está querendo trabalhar, quer acessar o prédio, mas não tem como”, comentou ele. O atendimento da companhia é totalmente presencial, e clientes precisaram ser remarcados. O local atende uma média de 25 pessoas por dia. “Não tem como pedir para eles subirem 16 andares de escadas”, prosseguiu. Conforme ele, o prejuízo já é de R$ 150 mil.


Procurada, a CEEE Equatorial afirmou que os prédios do Centro Histórico citados pela reportagem do Correio do Povo terão a energia elétrica normalizada até o final desta segunda-feira. Além disso, a distribuidora reforçou que atua de forma ininterrupta para restabelecer o fornecimento aos oito clientes que estão sem luz desde o início da ocorrência no final da última sexta-feira.

“Equipes enfrentaram dificuldade para acessar as instalações elétricas internas de alguns desses prédios. Só hoje foi possível concluir as inspeções necessárias. A CEEE Equatorial Energia instalou geradores durante o final de semana para atender os clientes que ainda estavam desligados. Por fim, em relação à limpeza dos prédios com o uso de geradores, a CEEE Equatorial indica que os clientes sigam as orientações do fabricante do gerador e, sempre que necessário, contratem uma empresa especializada nesse tipo de procedimento”, completou em nota.

Correio do Povo

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