Pezeshkian sucederá Ebrahim Raisi, falecido em maio em um acidente de helicóptero
O presidente eleito do Irã, Masud Pezeshkian, disse estar pronto para iniciar "um diálogo construtivo" com os países europeus, em uma coluna publicada na noite de sexta-feira, 12, em um jornal anglófono local. Em sua coluna no Tehran Times, o reformista Pezeshkian, eleito no início do mês, traçou as grandes linhas da política externa que pretende aplicar após sua posse em 30 de julho.
"Estou ansioso para iniciar um diálogo construtivo com os países europeus, para colocar nossas relações no caminho certo", escreveu. Durante a campanha eleitoral, Pezeshkian havia prometido "tirar o Irã de seu isolamento", estabelecendo "relações construtivas" com o mundo e, em particular, com a Europa.
O presidente eleito criticou em sua coluna a retirada unilateral dos Estados Unidos, em 2018, do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, concluído três anos antes. Esse acordo, assinado na época com França, Reino Unido e Alemanha, bem como com Rússia, China e Estados Unidos, visava restringir as atividades nucleares do Irã em troca de um alívio progressivo e condicionado das sanções econômicas.
Após a retirada americana, decidida pela administração Trump, Washington restabeleceu sanções contra a república islâmica, que afirma com firmeza que seu programa nuclear é meramente civil e que não pretende se dotar de uma bomba atômica. "Os Estados Unidos devem reconhecer a realidade e entender de uma vez por todas que o Irã não responde nem responderá a pressões", enfatizou Pezeshkian, que também criticou as potências europeias por terem "renegado" seu compromisso de salvar o pacto nuclear e mitigar o efeito das sanções americanas contra o Irã.
Pezeshkian, de 69 anos, vencedor do segundo turno em 5 de julho contra o candidato ultraconservador Saeed Jalili, tomará posse no dia 30 deste mês, para um mandato de quatro anos. Ele sucederá Ebrahim Raisi, falecido em maio em um acidente de helicóptero. O presidente do Irã não é o chefe de estado. A autoridade máxima recai sobre o guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que ocupa o cargo há 35 anos e tem a última palavra nas grandes questões do país.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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