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terça-feira, 30 de julho de 2024

Panamá retira seus diplomatas da Venezuela e põe relações bilaterais “em suspenso”

 Maduro foi proclamado reeleito, com 51,2% dos votos, pela autoridade eleitoral do país



O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou, nesta segunda-feira (29), a retirada de seus diplomatas da Venezuela e pôs 'em suspenso' as relações com Caracas, após a questionada reeleição de Nicolás Maduro.

"O governo do Panamá anuncia a retirada do corpo diplomático da Venezuela e coloca em suspenso as relações diplomáticas enquanto não for realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática do escrutínio da votação que permitam conhecer a genuína vontade popular”, disse Mulino em coletiva de imprensa.

'Por respeito à história do Panamá, por respeito aos milhares de venezuelanos que escolheram nosso país para viver e por respeito às minhas convicções democráticas, não posso permitir que meu silêncio se torne cumplicidade', acrescentou o presidente panamenho.

Ambos os países não têm embaixadores, mantendo apenas encarregados de negócios para relações bilaterais.

O órgão eleitoral venezuelano proclamou Maduro como vencedor das eleições de domingo para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, em meio a denúncias de fraude. A oposição reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia. Com 80% dos votos apurados, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, declarou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, contra 44,2% de González Urrutia.

Segundo Mulino, 'os regimes que não respeitem os direitos humanos e violem liberdades não merecem reconhecimento diplomático'. O presidente panamenho criticou o fato de que 'apenas 0,13% dos (venezuelanos) residentes no exterior foram habilitados para votar', denunciando também 'uma demora extensa no processo de contagem, a privação de acesso aos dados para os setores opositores e a falta de observadores internacionais imparciais como há em todos os países democráticos do continente'.

Mulino, um líder de direita, anunciou ainda que pedirá uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA) para avaliar a situação. Outros países latino-americanos também anunciaram que vão recorrer à OEA para discutir a situação na Venezuela.Mulino descreveu o governo de Maduro como um 'regime ditatorial’.

AFP e Correio do Povo

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