sábado, 13 de julho de 2024

Os mitos e verdades sobre as dietas mais populares no Brasil

 Nutricionista funcional esclarece dúvidas sobre cinco dietas que ganharam destaque nas redes sociais



Com a busca pelo “corpo perfeito” cada vez mais intensa, as dietas e soluções que prometem resultados fáceis ganham destaque nas redes sociais. Com isso, surgem muitas dúvidas sobre a verdadeira eficácia de todas essas “fórmulas milagrosas”. O nutricionista funcional Diogo Cirico esclarece os principais mitos e verdades sobre as dietas mais populares entre os brasileiros. Confira:

Jejum intermitente

O jejum intermitente ganhou espaço na mídia nos últimos anos e é frequentemente promovido como uma dieta que pode emagrecer e aumentar a longevidade. Esse tipo de dieta consiste em jejuns prolongados, entre 16 a 24 horas. Nesse período, é permitido consumir apenas água e bebidas não calóricas. O especialista explica, no entanto, que os benefícios do jejum intermitente só acontecem com a restrição calórica e a melhora da qualidade da alimentação.

Low carb

Com a fama de ser a melhor alternativa para perder peso e reduzir a gordura corporal, a low carb é apontada como uma forma de melhorar o perfil lipídico, aumentando o HDL (colesterol bom) e diminuindo os triglicerídeos. Diogo Cirico afirma que reduzir carboidratos pode trazer benefícios, mas esses são equivalentes aos obtidos pela simples redução de calorias ingeridas ao longo do dia.

O especialista explica que esse medo dos carboidratos surgiu do modelo "carboidrato-insulina", proposto para explicar a epidemia de obesidade. “A verdadeira causa dessa epidemia está na industrialização dos alimentos, que aumentou a ingestão de calorias e reduziu o consumo de nutrientes. Portanto, a chave é reduzir calorias e aumentar a qualidade da dieta com alimentos in natura ou minimamente processados”, diz.

Dieta cetogênica

A dieta cetogênica, que prevê uma restrição de carboidratos, surgiu como uma “solução milagrosa” para a perda de gordura corporal, tratamento de doenças como resistência à insulina e diabetes e até mesmo para melhorar o desempenho esportivo.

“Ela foi originalmente desenvolvida para tratar pacientes com epilepsia refratária, resultando em uma redução significativa nas crises epiléticas e na perda de peso. No entanto, essa dieta pode levar à deficiência de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos. Portanto, ela deve ser seguida apenas sob orientação de um nutricionista e não é adequada para a população em geral”, detalha o nutricionista.

Dieta mediterrânea

Apontada como a mais saudável do mundo, a dieta mediterrânea é vista como uma aliada na perda de gordura corporal que pode ser adotada por todas as pessoas. A verdade, no entanto, é bem diferente. Itens como queijos, pães e vinho, presentes nesse tipo de alimentação, podem ser problemáticos para pessoas com intolerância à lactose ou doença celíaca, por exemplo. Conforme o especialista, a dieta mediterrânea deve ser adaptada às necessidades individuais.

Plant-based

A dieta baseada em plantas ou vegana é frequentemente promovida como a mais eficiente na redução de doenças cardiovasculares e ideal para o emagrecimento. “Essa dieta, de fato, tem um alto potencial de promoção à saúde devido à redução de alimentos de origem animal, o que pode diminuir a ingestão de calorias e gorduras saturadas e aumentar o consumo de fibras. No entanto, sem um controle adequado, pode levar a deficiências nutricionais, como cálcio, zinco, ferro, B12 e vitamina D”, alerta.

Essas receitas populares podem parecer soluções rápidas e fáceis, mas é essencial entender os mitos e verdades por trás de cada uma delas. A orientação de um nutricionista é fundamental para garantir que qualquer mudança alimentar seja saudável e eficaz.

Correio do Povo

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