sexta-feira, 26 de julho de 2024

“Não ficarei calada diante do sofrimento em Gaza”, afirma Kamala Harris após encontro com Netanyahu

 Vice-presidente dos EUA pressionou Israel e Hamas para definirem cessar-fogo



A vice-presidente Kamala Harris deu nesta quinta-feira declaração que poder gerar uma reviravolta na política dos Estados Unidos em relação a Gaza. Ela pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que alcance um acordo de paz e o advertiu que “não ficará calada" sobre o sofrimento no território palestino.

Harris, que lançou sua candidatura à Casa Branca após a desistência do presidente Joe Biden da corrida eleitoral, deixou claro que não seguirá a estratégia do mandatário de 81 anos, que consistia em exercer pressão sobre Israel nos bastidores. Depois de se reunir com Netanyahu, a vice-presidente afirmou que já era hora de pôr fim à "devastadora" guerra. "O que ocorreu em Gaza nos últimos nove meses é devastador. As imagens de crianças mortas e de pessoas famintas e desesperadas fugindo em busca de segurança, às vezes deslocadas pela segunda, terceira ou quarta vez", declarou aos jornalistas.

"Não podemos desviar o olhar dessas tragédias. Não podemos nos permitir ficar insensíveis ao sofrimento e não vou me calar", acrescentou Harris, que ainda precisa ser oficialmente nomeada como candidata presidencial na convenção do Partido Democrata em agosto. A vice-presidente, de 59 anos, disse que a reunião com Netanyahu foi "franca". "Expressei ao primeiro-ministro minha grande preocupação com a magnitude do sofrimento humano em Gaza, incluindo a morte de muitos civis inocentes", bem como "com a terrível situação humanitária", declarou.
Ela também pediu a criação de um Estado palestino e pressionou Netanyahu e o Hamas a aceitarem um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns para pôr fim à guerra desencadeada pelos ataques desse grupo islâmico palestino em 7 de outubro contra Israel. "Como acabei de dizer ao primeiro-ministro Netanyahu, é hora de fechar este acordo", disse.

A franqueza de Harris contrasta com o aperto de mão efusivo entre Biden e Netanyahu horas antes, embora a relação entre os dois esteja muito tensa há meses.

AFP e Correio do Povo

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