Famílias atingidas pela cheia de maio reivindicam investimentos voltados para estudos técnicos com objetivo de evitar novas perdas
Moradores do bairro Laranjal, em Pelotas, realizaram um grande protesto neste domingo reivindicando ações efetivas e estudos técnicos junto ao canal São Gonçalo par evitar que eventos climáticos como os que aconteceram em maio venham causar novas inundações no bairro. Durante a tarde, a comunidade se concentrou em uma das principais avenidas do bairro (Adolfo Fetter), junto à rotula de acesso à lagoa, e no local os moradores fizeram a distribuição de panfletos, com faixas e cartazes, chamando atenção do poder público para adoção de medidas imediatas e eficazes. Uma carreata também foi realizada para atrair atenção da comunidade local.
A vice-presidente da Associação Comunitária do Laranjal, Meri Padilha, que coordenou a atividade e que mora há 34 anos no bairro, garante que o Laranjal é uma área grande em extensão e potencialidade turística, mas pequena em infraestrutura e investimentos. "Nossa mobilização é por investimentos voltados à segurança para a comunidade e também na trafegabilidade. Segurança social. As pessoas perderam tudo. Precisamos de estudos técnicos junto ao canal São Gonçalo. Ao contrário de uma taipa, reivindicamos a construção de um dique. As pessoas não querem mais perder o que conquistaram ao longo de uma vida toda", disse Meri, lembrando que hoje o nível do São Gonçalo oscila entre 1,50m e 1,89m.
Em maio, as águas chegaram a 3,13m, inundando o bairro inteiro por mais de 40 dias. Durante o movimento, um abaixo-assinado foi disponibilizado aos moradores. O documento será entregue ao Ministério Público requerendo providências a curto, médio e longo prazo. A Prefeitura de Pelotas informou que dispõe de projeto desenvolvido pelo corpo técnico da autarquia que prevê uma série de intervenções de segurança e de enfrentamento de novas crises climáticas no Laranjal.
Já cadastrado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, o projeto contempla uma série de ações, como o fortalecimento de Casas de Bombas, aprofundamento dos principais canais de macrodrenagem, reparo e requalificação dos barramentos de contenção, como a construção de um novo dique a partir da casa de bombas da rua Nova Prata até a rua Arthur Augusto Assumpção. Inicialmente orçado em R$16 milhões, o projeto foi readequado considerando os impactos causados pelas enchentes de maio, ampliando ainda mais as intervenções. Os recursos, agora da ordem de R$ 26 milhões, devem ser angariados junto aos governos estadual e federal.
Quanto ao estado das ruas, a secretária de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Lúcia Amaro, diz que a pasta trabalha de forma permanente na manutenção das vias do Laranjal após as cheias. Devido ao lençol freático alto (o que deixa o solo úmido por mais tempo) e acúmulo de buracos com água devido à frequência de chuvas, os serviços foram sendo gradativos conforme a possibilidade de cada via. Ela lembra que foi utilizado, como forma de otimização, um caminhão hidro e bomba para esvaziar mais rapidamente alguns buracos de proporção maior, e assim dar prosseguimento à manutenção com emprego de motoniveladoras.
Correio do Povo
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