terça-feira, 9 de julho de 2024

Empreendedores trabalham para retomar atividades no bairro Navegantes

 Situação é de devastação no bairro, que já passou por um processo de limpeza mas ainda tem a Av. Voluntários da Pátria alagada desde o início das enchentes

Em uma empresa de gastronomia, funcionários trabalham no acabamento para retomar atividades 

O bairro Navegantes, em Porto Alegre, ainda tem um cenário complicado pelas enchentes que causaram devastação no mês de maio. A av. Voluntários da Pátria permanece alagada desde o início das enchentes, causando transtornos para motoristas e moradores da região.

Muitos motoristas, desavisados, ainda tentam desviar dos alagamentos, enquanto outros, principalmente caminhões, se arriscam para atravessar o trecho situado logo abaixo do acesso à ponte do vão móvel do Guaíba.

Os estabelecimentos comerciais do bairro também sofrem com as consequências das enchentes. Muitos ainda estão fechados e, alguns, talvez nem reabram. Em vários pontos, a limpeza continua em fase inicial. As marcas d'água nas paredes são evidentes, em alguns locais superando os dois metros de altura. O cheiro forte, resultado dos detritos e semanas de alagamentos, ainda persiste.

Em uma empresa de gastronomia que trabalha para retomar suas atividades na rua Santo Garra está o gerente de logística, Camilo Luiz Batista, de 42 anos. O empreendimento, que funciona como base para a cozinha e produção que abastece hotéis e o Instituto Caldeira, está trabalhando nos últimos ajustes para retomar as atividades. “Estamos terminando ainda todo o processo necessário para a retomada, mas estamos perto do que estávamos no início. Agora ocorre a fase de acabamento. Mandamos os equipamentos para consertar e estamos terminando o que é necessário. Também aproveitamos este momento para algumas reformas. Expectativa é de que semana que vem possamos estar de volta aos trabalhos na nossa base”, explica.

A empresa estava fechada desde o dia 3 de maio, completando dois meses, na semana passada, sem retomada total das atividades. Batista conta que estava numa feira em São Paulo quando tudo aconteceu. “Quando nos voltamos, eu entrei aqui com água no peito ainda. Temos uma parte que é o mezanino e é a única que não foi afetada”, recorda.

Com 23 colaboradores, a empresa conseguiu iniciar a limpeza apenas no dia 22 de maio. Fornos e balcões viraram devido à força da água, que superou 1,80m dentro das instalações. Uma câmara fria chegou a boiar e, quando a água baixou, foi encontrada sobre uma mesa, necessitando ser desmontada e lavada antes de ser remontada no lugar correto. Quatro carros também foram danificados e ficaram submersos.

Para ajudar as 12 famílias de colaboradores afetadas, a empresa doou 14 geladeiras e fogões. Na busca da superação, tanto do negócio quanto das vidas das famílias atingidas, Batista destaca a força de vontade da equipe para enfrentar a situação. “Quando viemos para cá, a sensação era de não ter volta. A primeira coisa que vinha na cabeça era mudar de endereço e começar de novo. Era muito trabalho, foi bastante coisa atingida”, desabafa. No entanto, a empresa está prestes a retomar suas atividades, trazendo alento aos colaboradores. “Temos muita força de vontade e fé de querer seguir. É complicado, mas agora falta pouco”, conclui.



Correio do Povo

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