quinta-feira, 25 de julho de 2024

Demolição do "Esqueletão" segue embargada, mas enchente não danificou o prédio

 Tradicional edifício inacabado do Centro Histórico de Porto Alegre teve a demolição embargada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e ainda depende de adequações



A demolição do icônico edifício Galeria XV de Novembro, popularmente conhecido como "Esqueletão", continua embargada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A empresa responsável pela demolição, Demolidora FBI, ainda não conseguiu retomar os trabalhos devido a problemas nas condições de segurança dos trabalhadores apontadas pelo MTE no prédio localizado na praça XV de Novembro, no Centro Histórico de Porto Alegre,

Conforme o engenheiro responsável pelo processo de demolição, Manoel Jorge Diniz, a obra segue paralisada. Havia a possibilidade de que pudessem ser adotadas medidas recentes para que ela fosse liberada, mas isto não aconteceu. “Na semana passada, a equipe esteve lá para ver as condições das proteções e das outras instalações, como um todo. Essa semana não vamos fazer nenhum movimento no sentido de apresentar ao Ministério do Trabalho, mas devemos apresentar alguma coisa na próxima semana”, explica Diniz.

No início deste ano, o MTE embargou a demolição após identificar graves riscos e irregularidades que precisavam ser corrigidas. Entre elas estavam itens obrigatórios para a realização do trabalho de demolição, previstas na norma regulamentadora (NR) 18. O laudo técnico que atestou irregularidades foi feito por engenheiros do ministério em visita à obra de demolição do Esqueletão. Na oportunidade, eles atestaram o risco de queda de pessoas e materiais como motivo principal para o embargo.

Também foram encontrados buracos nos pisos e as caixas de elevadores estavam abertas, o que aumentava o risco de acidentes por parte de trabalhadores ou de visitantes durante os serviços de demolição.

Conforme a Superintendência Regional do Trabalho, entre as medidas solicitadas pelo laudo estavam a instalação de elevador de cremalheira para o transporte vertical de trabalhadores e materiais, além de medidas de proteção coletiva nos locais com risco de queda. Apesar das medidas adicionais de segurança propostas pela Demolidora FBI, o ministério ainda não autorizou a retomada da obra.

Questionada nesta semana sobre o embargo da demolição, a Superintendência Regional do Trabalho confirmou que ele se mantém e que, para que ocorra a liberação, falta a empresa atender as medidas exigidas após a última negativa. No entanto, não foram detalhados quais são ajustes específicos que precisam ser feitos e que ainda causam o embargo.

Em relação à possibilidade de avarias causadas pelas chuvas, Diniz mencionou que as enchentes que atingiram Porto Alegre não causaram danos à estrutura do prédio. “A água não invadiu, ela se acumulou ali na praça, então acabou não comprometendo nada”, concluiu o engenheiro responsável.



Correio do Povo

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