Presidente dos EUA também cometeu gafe se referindo a sua vice, Kamala Harris, como Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou nesta quinta-feira o ucraniano Volodmir Zelensky como Vladimir Putin na cúpula da Otan, em Washington. Horas depois, em sua primeira entrevista coletiva desde o debate com Donald Trump, reafirmou seu desejo de disputar a reeleição.
'Quero passar a palavra ao presidente da Ucrânia, que tem tanta coragem quanto determinação. Por favor, deem as boas-vindas ao presidente Putin', disse Biden, que percebeu o erro enquanto se virava para deixar o púlpito e emendou: 'Presidente Putin? Presidente Zelenski. Eu estou tão focado em derrotar Putin.' 'Eu sou melhor', disse Zelenski dirigindo-se ao púlpito. 'Muito melhor', concordou Biden, que tem sido um dos principais aliados da Ucrânia na guerra contra a Rússia de Vladimir Putin. O erro foi ao ar nos jornais americanos do começo da noite das emissoras ABC, CBS e NBC News - os mais assistidos dos EUA. Poucas horas mais tarde, no início da aguardada entrevista coletiva que concedeu, Biden se equivocou novamente ao mencionar a 'vice-presidente Trump' em vez de citar o nome de Kamala Harris. Trump, em uma publicação em seu site de mídia social, zombou de Biden por se referir a sua vice como 'vice-presidente Trump', escrevendo: 'Ótimo trabalho, Joe!'
Na entrevista coletiva, Biden tentou se defender do erro de linguagem no evento da cúpula da Otan ao trocar o nome de Zelenski, dizendo que percebeu o erro imediatamente.
'Eu disse, aqui, Putin. E então eu disse, 'Não, me desculpe, Zelenski'', relatou Biden a um repórter que perguntou sobre o erro. 'E então eu adicionei outros cinco nomes', afirmou Biden. Questionado se ele estava prejudicando a posição dos EUA no mundo ao insistir em sua candidatura, Biden respondeu: 'Você viu algum dano à nossa posição, na minha liderança, desta conferência (da Otan)? Você viu uma conferência mais bem-sucedida? O que acha?'
Biden enfrentou uma intensa série de perguntas de repórteres pela primeira vez desde seu desempenho desastroso no debate da CNN. As perguntas se concentraram, em boa parte do tempo, nas consequências do debate e nas preocupações sobre a viabilidade de sua reeleição, na falta de apoio de doadores, entre outras questões. O presidente, porém, insistiu que está apto para concorrer.
Segundo ele, esta corrida não é sobre política, mas sobre a democracia, que está sob risco. 'Preciso encerrar esse trabalho, porque há muito em jogo', disse, ao responder uma das últimas perguntas. 'Não estou desistindo.'
Oportunidade
A reunião da aliança militar em Washington era considerada crucial no esforço para salvar a campanha à reeleição do fogo amigo de democratas preocupados com sua idade e aptidão para o cargo.
Uma reportagem do New York Times afirmou ontem que parte de antigos assessores políticos e conselheiros de Biden tem se concentrado nos últimos dias em uma maneira de convencê-lo a deixar a campanha. A reportagem citou três fontes próximas das conversações.
O presidente, de 81 anos, tem enfrentando críticas e sido pressionado a desistir da reeleição desde seu desastroso desempenho no debate com Trump no mês passado. Pelo menos dois assessores disseram que Biden não deveria insistir em um segundo mandato, de acordo com o NYT.
Ao lado de outros assessores, eles planejam convencer o presidente democrata de que a derrota para Trump é provável caso ele se mantenha na campanha e que outro nome, como Kamala Harris, tem mais chances. Segundo a reportagem, Biden também precisa ser convencido de que o processo do partido para a escolha do novo nome, caso ele se retire, será ordenado e não se transformará em caos. As discussões em torno de como convencer o presidente ainda não chegaram a Biden, de acordo com as fontes ouvidas pelo NYT.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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