segunda-feira, 1 de julho de 2024

Acúmulo de lixo diminui nas ruas da Vila Farrapos e Humaitá em Porto Alegre

 Na Vila Farrapos, pontos em que ainda há registro de entulhos são de residências que ainda passam pela primeira limpeza após início das enchentes

Poucos são os pontos em que ainda há acúmulo de entulhos 

A grande concentração de entulhos de móveis e objetos retirados das casas inundadas nos bairros Humaitá e Vila Farrapos, na Zona Norte de Porto Alegre, já diminuíram consideravelmente desde que os moradores começaram a voltar para suas casas. Embora ainda exista um contraste entre a realidade dos dois bairros, a situação de ambos já melhorou, em comparação ao que era observado nos primeiros dias após as enchentes.

A diferença que contrasta os dois bairros se dá pelo avanço na limpeza de cada um dos dois. Apesar de não ter mais a presença dos entulhos ao longo da maioria das ruas, ainda há um cenário de destruição, por conta do barro e das residências que ainda necessitam de limpeza na Vila Farrapos, enquanto, em alguns pontos do Humaitá, poucos ainda são os resquícios das enchentes.

Na av. José Aloísio filho, no Humaitá, somente a mancha deixada pelas várias semanas de alagamento nos tapumes de uma construção, marcam a enchente. No Parque Mascarenhas de Moraes, o espaço já está limpo e nem demonstra ter ficado embaixo d’água. Este mesmo cenário se observa junto aos prédios, empresas e demais moradias do bairro, que já se encontram com limpeza em estágio avançado.

Mesmo nas ruas já não possuem maior acúmulo de barro. Há registro de pontos de lixo no Humaitá, mas o predomínio é de embalagens de marmita e demais resíduos, como plásticos e sacos, que não tem a ver com o material retirado das casas pelas enchentes.


Nas partes mais humildes da Vila Farrapos é que a situação é pior. No início da semana, ainda havia concentração de entulhos na rua P. M. Paulo Elcy de Freitas. Na ocasião, uma das moradoras chegou a relatar a impossibilidade de voltar para casa por conta do forte cheiro. Ao longo da semana os materiais foram retirados, mas ainda há muitos dos moradores que seguem fora das residências.

A realidade do bairro é esta, também, nas outras ruas. Com direito a churrasco nas calçadas, alguns dos moradores que já retornaram às moradias começam a viver uma nova tentativa de normalidade. Por outro lado, há aquelas casas que ainda, sequer, passaram pela primeira limpeza.

Em um desses casos, um grupo de nove voluntários esteve em uma das casas na tarde de domingo para auxiliar a moradora que ainda não volto para o local, porém, agora, poderá começar a planejar o retorno. Conforme o líder do grupo, Alan dos Santos da Silva, de 30 anos, esta é a décima residência em que eles estão atuando na limpeza.

“A gente traz todos os materiais e produtos de limpeza, sem custo para os moradores. Removemos tudo o que é preciso, fazemos toda a limpeza grossa e, depois, fazemos a desinfecção dos cômodos, tanto do teto, quanto das paredes e do chão”, explica Silva.

A ideia de fazer este trabalho começou com ele, que também já havia atuado em Muçum no ano passado. “Esse ano, quando ocorreu a enchente, estive nos abrigos para ajudar no acolhimento das pessoas resgatadas e a maioria que chegava era de moradores da Vila Farrapos e Humaitá. Depois decidi auxiliar na limpeza, comprei um lava-jato e vinha de bicicleta para limpar. O grupo foi crescendo e hoje somos 18 pessoas”, relata.

Por conta da limpeza, a frente da residência em que estava o grupo era um dos únicos pontos da rua ainda com acúmulo de entulhos, já que a maioria das moradias já foi limpa e, consequentemente, teve os materiais retirados, também já foi feito o recolhimento pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).

Ainda conforme o líder do grupo voluntário, nos próximos dias outras casas também devem recebê-los para a limpeza. “Começamos no dia 22 de maio, sempre na Vila Farrapos e Humaitá, pois são bairros que tiveram mais demanda e menos atenção. Neste domingo estamos em 9 pessoas. Consegui fazer uma caixinha para custear a alimentação e deslocamento dos voluntários”, detalha.

Silva acrescenta que a capacidade de atendimento tem sido de uma casa por dia, porém, se for necessário, o tempo é ampliado. “O objetivo é, dentro do que for possível, entregar a casa 100% pronta para a pessoa ter o mínimo de dignidade para retornar. Para o início da semana já temos uma casa para ir, depois fazemos a agenda das próximas. Conforme encerramos o cronograma e se a equipe se mantém, conseguimos agendar as próximas”, conclui.



Correio do Povo

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