sábado, 15 de junho de 2024

Moradores de Porto Alegre questionam burocracia após 41 dias sem energia por conta das enchentes

 Quadro de luz do prédio ruiu durante a enchente que afetou o local e, para ser religada a energia de forma provisória, a CEEE Equatorial exige a execução de um novo projeto

Prédio no Menino Deus segue sem luz mesmo após recuo da água há mais de 15 dias

Há exatos 41 dias, moradores de um prédio localizado na avenida Getúlio Vargas, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, estão fora de seus apartamentos. Há pelo meno menos 15 dias, burocracias colocadas pela CEEE Equatorial impedem a religação, mesmo que provisória, da energia e faz com que eles tenham de permanecer fora de casa.

Tudo começou com a enchente que atingiu a cidade no início de maio e fez com que, assim como outros milhares de portalegrenses, tivessem que sair de casa após a água chegar ao local. Passados mais de 15 dias sem acesso por conta da inundação, agora, há algumas semanas, desde que a água baixou, os cerca de 32 moradores ainda não podem retornar pela falta de energia elétrica.

Alexandre Maurello, de 41 anos, é um dos poucos moradores que segue indo até o prédio, pelo receio de saques. “A grande maioria está fora do condomínio porque não tem como ter vida sem energia. Apenas alguns estão e estou entre eles, para não deixar o prédio sozinho. Mas tem moradores com problemas de saúde, que fazem insulina e não podem permanecer”, relata.

Conforme Maurello, o quadro geral da energia estava em um painel de madeira, colocado em uma parede que ficou submersa. Após a água baixar, a estrutura despencou e impossibilitou uma nova religação. Diante da situação, moradores solicitaram que a CEEE se dirigisse ao local para a retirada dos relógios, para que pudesse ser feita a instalação de um novo quadro e, posteriormente, ocorresse uma nova instalação.

Entretanto, apesar do pedido, os moradores foram surpreendidos pela concessionária, que impôs questões burocráticas que impedem a retirada. “Eles nos informaram que só vão retirar mediante a entrega de um projeto de engenharia para mudar o quadro de lugar. Burocratizaram, ao invés de tirar para que uma empresa pudesse fazer um reparo técnico, colocar os relógios e, depois, ser feito o projeto”, explica o morador.

A ideia dos moradores e da empresa que auxilia na resolução do problema junto à CEEE Equatorial é que, após a retirada do quadro, seja feita uma ligação emergencial em relógio único, para, na sequência, dentro do prazo necessário, ser feita a instalação do novo quadro. “Querem exigir demais e as pessoas é que sofrem. Era só retirar, que nosso engenheiro levantaria um novo, mas a burocracia é essa”, lamenta Maurello.

Ainda segundo o morador, tal ação exige um prazo que, em condições normais, poderia levar até 15 dias para a instalação do relógio único, provisório. Assim, os moradores completariam quase dois meses longe de seus apartamentos.

CEEE Equatorial promete agilizar o processo

Após ser questionada pelo Correio do Povo sobre a situação do prédio, a CEEE Equatorial realizou uma nova vistoria ao local na manhã desta sexta-feira. Segundo os moradores, durante a vistoria, a concessionária informou que as medidas burocráticas são impostas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e reiterou a exigência da conclusão do projeto, mas garantiu que, assim que ele for entregue, será permitida a instalação do novo poste para receber o relógio provisório, algo que deve ocorrer na próxima segunda-feira.

Em nota, a CEEE Equatorial também se manifestou publicamente:

“Na manhã desta sexta-feira (14/06), a CEEE Equatorial realizou nova vistoria no local. E constatou que, de fato, não há condições técnicas para reenergizar o painel de medidores (fotos). A empresa contratada pelo condomínio montará um padrão de medição provisório para energizar o prédio e, após as reformas do painel, a CEEE Equatorial realizará os religamentos individualmente. A previsão de conclusão desta entrada provisória a ser realizada pela empresa contratada pelo condomínio é segunda-feira. A empresa avisará a Distribuidora sobre a conclusão da obra, para que a CEEE Equatorial possa fazer a religação imediatamente.”

Correio do Povo

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