Diretor do Ministério afirmou que a situação de calamidade que o Estado atravessa é a principal explicação para os números
Enquanto isso, as exportações gaúchas recuaram 14% no mêsO diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, disse nesta quinta-feira, 6, que as importações no Rio Grande do Sul caíram 41,2% no mês de maio, a maior queda entre os Estados da Federação. Enquanto isso, as exportações gaúchas recuaram 14% no mês.
Brandão explicou que o resultado da calamidade nas vendas demora mais a ser percebido porque, em muitos casos, embora a produção cesse, o produto já estava sendo embarcado ou estocado para embarque.
"Nas primeiras semanas não observamos efeito na exportação, porque a medida que cessa a produção já tem mercadoria sendo direcionada aos portos, sendo estocada, sendo embarcada, a gente capta o dado da balança dois, três dias após o embarque. Por mais que cesse a produção, vai observar fluxo normal de exportação", explicou ele.
Já a dinâmica nas importações é mais imediata, explicou. "Já tende a bloquear a importação tão logo se sente os efeitos", disse o técnico.
Sobre os números de importação do arroz no País - que tem produção afetada pelas chuvas no Rio Grande do Sul - o MDIC explicou que houve um avanço de 11,1% no volume comprado, enquanto o valor cresceu 47,3%. "Por enquanto são aumentos (vindos) do Mercosul, Uruguai principalmente, Paraguai e Argentina", disse Brandão.
Para ele, é possível que esse crescimento seja reflexo de efeito de restrição de oferta no Brasil. "Mas é realmente crescimento pequeno para ter certeza que é consequência da restrição de oferta", disse.
Bens de capital
O diretor do MDIC destacou o grande aumento de volume importado que o Brasil vem verificando desde o fim do ano passado, com destaque para os bens de capital e os bens de consumo. Em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de compras subiu 7,5%. No acumulado do ano, esse avanço é de 11,5%, compensando a queda nos preços, de 9,2%. No caso dos bens de capital, o valor importado cresceu 13,4%, com alta de 17,5% no volume comprado, e queda de 4,2% nos preços.
"É a resposta da atividade econômica. Há uma continuidade no crescimento da importação de bens de capital", disse Brandão.
Nos primeiros cinco meses do ano, as importações da China cresceram 11,9%, com alta de 35,7% no volume, o que compensou a queda de 13,1% nos preços. Entre os itens de destaque nas compras do País no acumulado do ano estão, por exemplo, veículos automóveis de passageiros (59,4%) e motores e máquinas (22,3%).
Já caso das exportações, houve recuo em maio de 7,1%. Em valores, há uma continuidade em relação ao que foi vendido em abril, mas uma oscilação na comparação anual já que houve um pico de exportações em maio de 2023. No desagregado de produtos, a soja teve um dos piores desempenhos, com queda tanto no volume (-13,7%) quanto nos preços (-17,6%) da exportação no mês passado. O minério de ferro também teve uma performance negativa, enquanto que o valor de café não torrado vendido para fora cresceu 73% em maio. O petróleo também registrou bons números, com avanço de 35,9%.
Mesmo com o recuo registrado em maio, o valor exportado nos primeiros cinco meses do ano (US$ 138,8 bilhões) é recorde para o período, assim como representou o melhor resultado da série histórica o saldo da balança comercial no acumulado do ano (na comparação do mesmo período), com superávit de US$ 35,9 bilhões.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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