Serviço emergencial opera das 6h às 20h, no trecho entre as estações Mathias Velho e Novo Hamburgo
Filas no Terminal Conceição estão menores, porém usuários cobram mais horáriosQuem utiliza o trem para se deslocar entre Canoas e Porto Alegre tem por única alternativa o serviço emergencial, por ônibus criado para permitir o deslocamento dos passageiros entre o centro da Capital e a estação Mathias Velho, na cidade vizinha. Alvo de críticas, as filas estão menores nos terminais onde ocorrem embarque e desembarque, mas a demora incomoda os usuários.
Moradora de Novo Hamburgo, a técnica de enfermagem Roberta Dagostine Rosa, 39 anos, afirma que a viagem, quando feita inteira de trem, durava cerca de 40 minutos. Atualmente, este é o tempo que ela diz perder apenas na fila do ônibus que faz o trajeto entre o Terminal Conceição, no Centro Histórico, até a estação Mathias.
“São poucos ônibus e tem o engarrafamento. Para chegar no horário no hospital, eu tenho que sair de casa duas horas mais cedo”, afirma.
O vendedor Eduardo Martinez, 43, relata que chegou a demorar até três horas entre o embarque na Capital e o desembarque na estação Fenac, em Novo Hamburgo. “Tinha apenas dois boxes, as filas não terminavam mais. Agora tem quatro boxes, mas ainda deveria haver mais ônibus disponíveis”, entende.
Desde que a Capital foi inundada pelo Guaíba, no início de maio, as estações Mercado, Rodoviária, São Pedro, Farrapos, Aeroporto e Anchieta estão fechadas. O mesmo ocorre com as estações Niterói e Fátima, em Canoas.
Além do desafio da recuperação das estruturas, há problemas em subestações de energia e água e areia ainda acumulados sobre os trilhos no trecho próximo da avenida Sertório, no bairro Navegantes. A casa de bombas deste ponto foi danificada.
No momento, 13 estações estão operando em cinco municípios – Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo –, num trajeto de 26 quilômetros, com capacidade para atender cerca de 30 mil passageiros por dia. Em condições normais, a Trensurb transporta aproximadamente 110 mil passageiros nos dias úteis. Com intervalos de 35 minutos entre as composições, o tempo de viagem, que já foi de meia hora, foi reduzido para 18 minutos nesta semana. O mesmo trecho era percorrido em cerca de 12 minutos antes da enchente.
O horário de funcionamento das estações foi ampliado – das 6h às 21h. A operação emergencial, com apoio dos ônibus, ocorre diariamente das 6h às 20h. Sem possibilidade de cobrar a tarifa, em razão de o sistema de bilhetagem ter sido afetado pela enchente, o acesso ao trem permanece gratuito. Contudo, o transporte rodoviário custa R$ 6,85.
De acordo com a assessoria de comunicação da Trensurb, o transporte por ônibus entre Canoas e Porto Alegre está sob responsabilidade da Metroplan. Por sua vez, a Metroplan afirma que a oferta de ônibus está adequada à demanda. A assessoria de comunicação da Superintendência afirma que São necessários 25 carros, e que este número foi aumentado para 38, sendo que outros dois ficam na reserva em caso de pane. O problema estaria no hábito dos usuários, que recusam fazer o trajeto em pé. Os ônibus, operados pela empresa Transcal, são do tipo Executivo, com média de 44 acentos, porém, de acordo com a Metroplan, o valor cobrado é de serviço comum, mas ainda assim os passageiros optam por esperar a viagem seguinte, prolongando a espera e formando filas.
A estatal afirma que três das cinco subestações de energia de tração estão em funcionamento – duas foram inundadas e a reativação depende da substituição de equipamentos – o que retarda a normalização do serviço.
Estação Canoas reabre no dia 1º de julho
A partir da próxima segunda-feira, 1º de julho, a estação Canoas será reaberta. Contudo, o terminal de embarque e desembarque dos ônibus da Transcal, continuará junto à Estação Mathias Velho.
Trem no centro da Capital, só em 2025
A recuperação das estações inundadas segue em curso. Foram drenadas as estações Mercado e Rodoviária, e passam por processo de limpeza, assim como a Estação São Pedro.
Segundo a Trensurb, a previsão para que a circulação entre as estações Canoas/La Salle e Farrapos, em Porto Alegre, seja retomada é de 150 dias, tempo necessário para reparar a subestações de energia avariadas. As estações São Pedro, Rodoviária e Mercado devem reabrir apenas em 2025.
Correio do Povo
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