segunda-feira, 17 de junho de 2024

Enchente histórica arrasta casa e amplia caos na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre

 

Reconstrução por parte dos moradores é lenta, enquanto doações seguem chegando ao local

Reconstrução na Ilha Marinheiros segue por parte dos moradores 

As ilhas de Porto Alegre ainda vivem uma situação caótica devido às enchentes de maio, frustrando qualquer plano de reconstrução a curto prazo. Na Ilha Grande dos Marinheiros, a rua Nossa Senhora Aparecida, a principal da localidade, só é transitável até próxima de sua metade, já que lama ainda toma conta de um trecho da via. As marcas da inundação, que ultrapassou três metros no local, ainda são visíveis por toda parte, agravando a carência dos moradores, ainda sem abastecimento de água, mas com bastante força de vontade para recomeçar.

Chama a atenção uma residência de madeira trazida pela correnteza que está praticamente atravessada na estrada, onde mora o casal Brayan Carvalho e Kellen Costa Neves. A casa, cujo interior tinha móveis e eletrodomésticos, ficava na beira do Guaíba, mas a água veio tão forte na região que a arrastou alguns metros, sendo bloqueada somente por um poste e um muro, construídos pouco antes da tragédia. Neste sábado, Brayan e o pedreiro Luciano Soares removiam as telhas da casa, a fim de desmontá-la.

“Esse muro passou no teste, mas mais para cima, outros ficaram fora do lugar”, comentou Kellen, que tem uma estética ao lado. Conforme ela, a mureta já havia sido planejada para ser mais resistente. Quando a enchente iniciou, no começo de maio, a família foi para o lado, onde mora uma irmã de Brayan, em uma residência de dois andares. O casal tem dois filhos, um menino de três anos e uma menina de oito.

A gente está agora voltando aos poucos, trazendo tudo o que arrecadamos. Foi uma situação bastante impactante”, relatou. A jovem moradora também afirmou ter sofrido com ataques de pânico e crises de ansiedade devido às perdas da enchente de novembro. “Agora, porém, já acostumei, e nem compramos móveis depois da cheia anterior, porque sabíamos que viria mais”. A família recebeu os R$ 2,5 mil do Programa Volta por Cima, do governo do estado, que está utilizando para comprar alimentação.

Enquanto isso, as marcas da enchente nas paredes das demais casas ainda são bastante visíveis, e ainda há barracas montadas à beira da BR 290, na saída da Ilha Grande dos Marinheiros e outras do bairro Arquipélago. Veículos com doações puderam ser vistos estacionados próximos, com filas de moradores se formando. De acordo com a Prefeitura, na região das ilhas dos Marinheiros e das Flores, a Administração e a Força Nacional do SUS também estão com atendimento a domicílios ao longo do dia.

Correio do Povo

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