quarta-feira, 12 de junho de 2024

Com Ebaps sem funcionar e acúmulo de lixo, Porto Alegre se prepara para atuar diante previsão de mais chuva intensa

 Plano de contigência será apresentado pela Prefeitura a partir de quinta-feira

Casas de bombas e limpezas das ruas são as preocupações da gestão municipal neste momento 

A prefeitura de Porto Alegre promoveu reunião nesta tarde para tratar dos possíveis impactos da chuva prevista para os próximos dias. No encontro, a Comissão Permanente de Atuação em Emergências (Copae) avaliou possíveis ações e atendimento de eventuais emergências. Além de gestores públicos, participaram representantes da Brigada Militar, dos Bombeiros e da CEEE Equatorial.

“Temos um alerta de que teremos mais chuva a partir de sábado, com intensidade no domingo, e que prossegue na segunda-feira também. Vamos apresentar um plano de contingência entre a quinta e a sexta-feira”, afirmou o prefeito Sebastião Melo.

Entre as preocupações está o fato de o município ainda enfrentar as consequências das enchentes de maio. Das 23 Estações de Bombeamento de Água Pluvial (Ebaps) do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), 20 estão funcionando, e há acúmulo de lixo e móveis pelas calçadas da cidade, sobretudo na região do 4º Distrito e no bairro Sarandi.

“Temos uma cidade ainda com muito lixo na rua, em regiões alagadiças e com bocas-de-lobo entupidas. A limpeza destes locais será priorizada”, disse o prefeito.

Melo revelou que garantir a energia elétrica para as casas de bombas foi uma das prioridades definidas. “A conversa mais demorada foi com o Dmae. Tem a questão dos transformadores para as estações mais problemáticas, e temos que ter equipes de manutenção mais próximas, é isso que vamos apresentar neste plano”, completou.

A previsão do Dmae é religar, até o próximo domingo, as estações 2, 20 e 21. Sobre a limpeza da Capital, o prefeito destacou que o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) deve acelerar o recolhimento dos rejeitos deixados nas ruas após o reforço, via contratação emergencial assinada nesta terça-feira, de mais de 256 garis.

“Não tem como termos máquinas e pessoas em todas as ruas do Sarandi e do 4º Distrito ao mesmo tempo. O que vamos pedir para as pessoas destas regiões, é que neste período, não coloque seu lixo na rua, não tem perna para limpar toda a cidade”, admitiu Melo.

A comissão apontou ainda a necessidade de prolongar o atendimento ofertado nos abrigos às pessoas desabrigadas pela enchente de maio. Cerca de 3 mil ainda estão nestes locais, de acordo com a gestão municipal.

O Copae, instituído em 2005, é responsável pela articulação dos esforços e pela colaboração institucional, através do modelo transversal e sistêmico de gestão, para atuação nas emergências e nas ações de proteção e defesa civil. Tem como objetivo diminuir o tempo de resposta à comunidade atingida por sinistros e aumentar a eficiência das ações que dependem da integração dos órgãos.

O Centro de Monitoramento e Alertas da Defesa Civil de Porto Alegre (Cemadec) monitora a possibilidade de uma frente fria que deverá trazer chuva para o Rio Grande do Sul a partir de sexta-feira pelo Sul do Estado. A prefeitura de Porto Alegre projeta entre 60 e 120 milímetros de chuva entre o sábado e a segunda-feira. Há também possibilidade de vento forte e granizo no mesmo período. No comparativo, a média histórica de precipitação no mês de junho é de 130,4 milímetros, com base na estação do bairro Jardim Botânico.

De acordo com a MetSul Meteorologia, o prognóstico indica volumes entre 50 mm a 150 mm em alguns pontos do Estado entre sábado e o começo da semana. O cenário pode ser parecido com o do fim de abril e o começo de maio por conta da sequência de dias chuvosos consecutivos em função de um bloqueio atmosférico no Centro do Brasil.

Contudo, os volumes previstos são inferiores ao que caiu no período crítico que levou às enchentes. Na ocasião, chegou a chover mais de 500 mm em algumas cidades com rápida e violenta subida dos rios.

Correio do Povo

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