quarta-feira, 22 de maio de 2024

Sem prazo para reabrir, comerciantes no Centro de Porto Alegre têm prejuízo milionário

 Falta de energia impede reabertura e agrava prejuízos de comerciantes na região central

Enchente causa prejuízo a comerciantes no Centro de Porto Alegre 

A enchente gerou prejuízo milionário ao comércio no Centro Histórico de Porto Alegre. Além das perdas materiais, ainda não há prazo para o retorno da energia elétrica nas quadras mais atingidas da região. Sem previsão de luz, a garantia é que o rombo nas finanças dos empreendedores deve ficar ainda maior.

De acordo com a Associação dos Permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, a movimentação no local é de cerca de R$ 500 mil por dia. A previsão de reabertura é de pelo menos um mês. “O fechamento durante esse período, somado a perdas de móveis e equipamentos, deve resultar em prejuízo de quase R$ 30 milhões”, disse o presidente da Associação, Rafael Sartori.

O prejuízo também ultrapassa a casa dos milhões em um atacado de roupas e bijuterias na rua Voluntários da Pátria. A água invadiu o estabelecimento, que tem cerca de 1,5 mil metros quadrados, danificando equipamentos eletrônicos, móveis de madeira, itens de vestuário e maquiagem.

Conforme o dono, Rômulo Marcicano, as perdas atingem R$ 3 milhões quando somadas a outros estabelecimento da rede na rua Anchieta. “Perdemos duas lojas, uma no Centro e outra na zona Norte. Não sei como faremos para pagar nossa equipe, que tem 80 funcionários, sendo que 16 deles estão desabrigados. Vai ser um trabalho de formiguinha”, diz o homem, emocionado.

Na mesma rua, Gabriel Corrêa é gerente de uma unidade das lojas Marisa. Enquanto retirava peixes mortos que estavam no meio das peças de roupa, ele evitou prever o valor do prejuízo causado pelo dilúvio, mas confirmou que deve superar R$ 1 milhão. “Perdemos várias roupas que custam entre R$ 300 e R$ 500. Além disso, toda a parte elétrica da loja foi danificada e os balcões de madeira, também. Não vamos conseguir reabrir em menos de um mês”, lamentou.

No Pop Center, conhecido como Camelódromo, 650 lojas estão fora de operação. O mês de maio teve perda de 60%, cifra que foi intensificada pelo fechamento no dia das mães. São 4 mil funcionários e cerca de 2,5 mil famílias afetadas.

Apesar do prejuízo, a diretora institucional do Pop Center, Elaine Deboni, destaca que a água não atingiu as lojas nem houve saques no local. “Sim, tivemos perdas materiais. Ocorre que o mais importante é que estamos vivos. Garanti aos lojistas que vamos recuperar o prejuízo financeiro”, disse.

Correio do Povo

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