Páginas

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Porto Alegre: inundação forma piscinas de água podre na Vila Farrapos

 Misto de esgoto com água do rio Guaíba arrastou veículos e ainda alaga região

Nível da água, que arrastou veículos, permanece alto na Vila Farrapos 

O rio Guaíba se mistura com esgoto e forma piscinas de água podre no entorno da Arena do Grêmio, na zona Norte de Porto Alegre. A inundação mantém parte dos moradores da Vila Farrapos fora de casa. Nesta quinta-feira, a localidade registra fluxo constante de pessoas, muitas das quais retornavam na esperança de recuperar pertences que a cheia não levou.

A água, que chegou ultrapassar dois metros no auge da enchente, recuou. O problema é que a inundação se estabilizou quase na cintura e, seja por falta de bombas ou por bueiros entupidos, insiste em não reduzir mais.

Ricardo Aires, de 53 anos, localizou o veículo Gol branco após duas semanas. A força da água arrastou o carro, que fora estacionado na rua Francisco D. Bifanopor, por quase duas quadras. O automóvel foi parar em meio a árvores e ficou atolado no lodo em uma praça da região.

O morador é proprietário de uma loja de roupas, que também foi inundada, na Vila Farrapos. Ele se mudou provisoriamente para a casa de uma nora, no bairro Rubem Berta, onde permanece desde o início do mês.

“Voltei ao bairro para localizar meu automóvel e tentar recuperar as peças que ainda estão na minha loja. Claro que não sobrou quase nenhum produto, porque ladrões invadiram o lugar e furtaram tudo o que podiam”, disse o homem.

Quem anda pela Vila Farrapos após o dilúvio encontra móveis cobertos por lama, espalhados por calçadas ou boiando em pontos inundados. No ar paira odor fétido, produto da mistura entre lixo, lama e esgoto.

O quadro da região é uma pinta abstrata com toques de surrealismo. Um exemplo é a praça Sgt. Lúcio Munhoz e Ten. Deroci de Almeida.

Ali, além das camadas de lodo que recobrem a grama e há quadra de esportes, há uma carro modelo Ecosport parado em uma rampa de skate. Moradores não sabem se o caso foi uma tentativa do proprietário para salvar o veículo ou se a cena é produto da força da enchente. Na outra extremidade, um banco que ficava no chão da praça acabou indo parar no topo da pista.

Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário