Ministro da Agricultura chega a Santa Cruz do Sul nesta terça-feira, 28, para instalar gabinete itinerante, entregar maquinário a municípios e ouvir entidades e prefeitos
Danos e interrupções em vias de escoamento aumentam prejuízo do setorA vinda do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ao Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, é aguardada como nunca pelo setor primário. A expectativa é que, durante a instalação do gabinete provisório da pasta, em Santa Cruz do Sul, Fávaro traga um alento não só aos que tiveram a produção dizimada pelas enchentes, mas à totalidade da produção agropecuária gaúcha de alguma forma afetada pelas chuvas.
“Somente nas áreas de grãos inundadas, perdemos R$ 3 bilhões. Porém, esse é um levantamento preliminar. As perdas seguem acontecendo e muitas delas ainda não temos nem como medir”, destacou o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz.
O pedido da Farsul, enviado à pasta com endosso de prefeitos e de câmaras de vereadores do Interior, é pela abertura de uma nova linha de crédito para que os agricultores possam se recuperar das perdas sucessivas de 2022, 2023 e 2024.
“Viemos de duas renegociações devido à seca. Precisamos de medidas excepcionais para uma condição excepcional: bloquear dívidas dos produtores para que eles tenham a capacidade de pagamento diluída ao longo do tempo e possam acessar novos créditos. Se não, o agricultor não levanta. Essa é a realidade”, pontuou o presidente da Farsul, Gedeão Pereira.
A proposta contempla o pagamento do crédito especial em 15 anos, com juro de 3% ao ano. O avalista das operações seria o próprio governo federal, por meio de um fundo de aval já mencionado por Fávaro na semana passada, em audiência pública na Câmara dos Deputados.
“O governo não precisa colocar o dinheiro na mão do produtor. O banco empresta e ele paga as dívidas de curto prazo, que só podem ser quitadas com esta safra, dentro e fora do sistema financeiro. O governo ajuda no custeio da taxa. Se puder pagar o passivo em 15 safras, o produtor conseguirá se recuperar”, explica da Luz.
O descontentamento do setor produtivo gaúcho com a liberação de R$ 7,2 bilhões para Aquisições do Governo Federal (AGF) de arroz de fora do Brasil também deve ocupar lugar de destaque no encontro com Fávaro. “Trazer 1 milhão de toneladas não compromete esta safra, para a qual tem arroz. Essa importação vai chegar no segundo semestre, quando os produtores estarão entrando na safra 2024/2025. Ou seja, o governo está transferindo uma escassez de mercado para 2025”, analisa Pereira.
Agenda com entidades e parlamentares
Na programação de Carlos Fávaro está a entrega de máquinário agrícola a algumas prefeituras da região e reuniões com entidades e prefeitos. Os equipamentos provém de emendas parlamentares da bancada gaúcha da Câmara dos Deputados.
"Será um momento muito importante para o governo apresentar as ações que já foram feitas até agora e também ouvir as demandas do Estado", afirma o deputado federal Heitor Schuch.
Fávaro também deve receber um compilado unificado de reivindicações da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha da Assembleia Legislativa. As demandas de dez entidades de agricultores e do setor agroindustrial gaúcho foram também entregues pelo presidente da frente, deputado Elton Weber, ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira, em Caxias do Sul.
Correio do Povo
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