Rio Pardinho inundou casas e obrigou a evacuação de localidades na cidade
Transbordamento do Rio Pardinho afeta moradores de Santa Cruz do SulA chuva que cai sobre o Rio Grande do Sul deixa prejuízos e famílias apreensivas. No Vale do Rio Pardo cidades como Santa Cruz do Sul, Candelária e Sinimbu, a situação é crítica, e a Defesa Civil alertou os moradores para evacuarem suas casas devido ao risco de inundação.
Chove muito forte na região desde o início de terça-feira. Em Santa Cruz do Sul, moradores do bairro Várzea foram afetados pela cheia do Rio Pardinho. Na rua Henrique Shutz a água começou a invadir no começo da tarde. “Nunca tinha acontecido de a água entrar. Quando eu vi, estava enchendo e bem rápido, levantei os móveis e saí. É muito triste, tu passa a vida inteira lutando e em questão de minutos, perde tudo”, lamenta a cozinheira Elisa da Silva, 53 anos, e que vive há 54 anos na casa.
O casal Astor e Tânia da Silva vivem situação parecida. Passaram a tarde na frente da residência, por precaução. “Era normal a água vir até uma altura, nunca havia passado da esquina nos 60 anos que eu vivo aqui”, assegurou. Embora tenham para onde ir, Astor e a esposa não pretendem deixar a frente do imóvel. O objetivo é monitorar o avanço da água. “Agora não tem mais o que fazer, é esperar”, diz o morador, conformado.
Quando soube que a água avançava por locais onde não costumava alcançar, o metalúrgico Michael Antônio Lopes, 32 anos, foi até o bairro Várzea ver como os pais estavam e levou junto um importante auxílio aos vizinhos: um bote inflável.
“Eu soube que a rua estava enchendo, avisei no trabalho e vim ajudar. Esse bote era pra lazer e ultimamente a gente usa quando dá enchente pra tentar ajudar, porque a solidariedade não tem preço”, diz.
Também em Santa Cruz do Sul, na comunidade Ponte Rio Pardinho, a cheia causou o bloqueio total da RSC 471, no km 115. Neste trecho, dezenas de moradores deixaram suas casas no fim da tarde.
Uma destas pessoas atingidas é a aposentada Lori Santos, 83 anos. “Quando saí, a água já estava no pátio, meu filho ficou para cuidar da casa”, contou a idosa.
A professora Giovana Graciela Bloedor, 50 anos, perdeu a comunicação com os pais no início da tarde. Ela aguardou por horas junto ao trecho bloqueado da RSC 471, para tentar passar e chegar na localidade onde os dois vivem, na chamada Estrada Velha.
“Acabou a luz e devem estar sem bateria no telefone. É o que espero, porque não dá para chegar. Estou muito angustiada, eles passam dos 70 anos e o que sei é que tá tudo cheio de água pro lado de lá. Já fui nos Bombeiros e estou aqui aguardando, mas não dá para passar”, comentou a educadora.
Municípios como Segredo, Sinimbu e Candelária estão isolados em função das cheias. Em Candelária, pelo menos 20 pessoas foram resgatadas pela Defesa Civil.
Correio do Povo
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