sexta-feira, 17 de maio de 2024

Finalizadas obras emergenciais em diques para acelerar drenagem de áreas alagadas em São Leopoldo

 Serviços foram feitos em sete dias nos diques do Arroio da João Corrêa e no dique do Arroio Gauchinho, na Vila Brás, próximo à Casa da Bombas da Santo Afonso, divisa com Novo Hamburgo

Em 48 horas, São Leopoldo registrou o acumulado de 630mm de chuva 

O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, informo em entrevista coletiva, feita de forma on-line, que as obras emergenciais dos diques do Arroio da João Corrêa, ao lado da Casa de Bombas do bairro Vicentina, e o dique do Arroio Gauchinho, na Vila Brás, próximo à Casa da Bombas da Santo Afonso, divisa com Novo Hamburgo, foram finalizadas. “Conseguimos estancar milhares de litros de água por segundo. Foi uma obra emergencial porque agora precisamos retirar essa água da cidade em um menor tempo possível.” Com a ação concluída a drenagem das regiões alagadas no município de São Leopoldo acontecerá de forma mais rápida e efetiva, explica Vanazzi. A Casa de Bombas Santo Afonso é administrada pela prefeitura de Novo Hamburgo e São Leopoldo não consegue acessar o local. As obras foram executadas por equipes do Consórcio Nova Via, responsável pelas obras da BR-116, e Construsinos,

Com relação aos demais diques e Casas de Bombas de São Leopoldo, o prefeito explica que bombas serão inseridas nos locais onde há maior acúmulo de água para que os equipamentos possam bombear a água para dentro da calha. No arroio Cerquinha serão instaladas quatro bombas móveis com vazão de 500 litros por segundo ligadas por gerador tem como objetivo drenar a região alagada, possibilitando o acesso à Casa de Bombas para verificação dos equipamentos. Um novo gerador foi instalado no local. “Mas essa operação só será possível quando a água baixar. Acreditamos que dentro de dois ou três dias.”

No dique da Campina foi instalada uma bomba flutuante com vazão de 1 mil litros por segundo, próximo à Casa de Bombas, com o auxílio de gerador. Novamente vanazzi informou que é necessário que a água baixe para que as equipes de manutenção consigam acessar a Casa de Bombas para verificar os motores das bombas e os painéis elétricos. “Entre hoje e sábado serão instaladas outras duas bombas. Uma com capacidade de 3,5 mil litros por segundo e a outra de 3 mil litros. Isso vai acelerar o nosso trabalho.”

No dique da João Correia, cuja obra foi finalizada e a água foi estancada, o prefeito esclarece que a transferência da água também será feita por duas bombas que no total farão a retirada de 6 mil litros de água por segundo. “Na Casa de Bombas Vila Brás-Santo Afonso entancamos a água, mas não temos definição quanto as bombas porque não pertencem a são Leopoldo. Estamos aguardando um posicionamento da Prefeitura de Novo Hamburgo.” No Centro, a Casa de Bombas da Rodoviária está funcionando parcialmente, com duas bombas, que faz a drenagem de parte da região central. Já a Casa de Bombas do Ginásio também já opera com duas bombas.

Nos diques em que as obras foram executadas e concluídas, o prefeito garante não houve problema técnico e nem falta de manutenção. “O que houve foi transbordamento de um grande volume de água e posterior, a ruptura, culminando na inundação de diversas áreas da cidade, principalmente na Vicentina, São Miguel e Centro. Em 48 horas, São Leopoldo registrou o acumulado de 630mm.”

Vanazzi lembra que esta foi uma obra emergencial, mas um grande projeto técnico deve ser construído, através de um grupo de trabalho, para aumentar a base do dique. “Precisamos refazer o sistema de cheias. É necessário que o sistema de bombeamento precisa ser modernizado.” Segundo ele, hoje São Leopoldo tem 13 mil albergados, 100 mil pessoas que estão fora de casa, 34 mil casas embaixo da água e 180 mil pessoas afetadas pelas cheias. “O abastecimento de água já foi retomado e 70% da cidade está com a situação normalizada. As águas estão baixando 1cm por hora, em ritmo lento. Estimamos que ainda levemos de 7 a 8 dias para o rio entrar na caixa, mas é evidente que ainda há muita água para descer dos banhados de Taquara, Sapiranga e Campo Bom.”

POSICIONAMENTO DA PREFEITURA DE NOVO HAMBURGO

Com relação ao dique da Santo Afonso, a prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, destaca que as demandas emergenciais contra as cheias já estão com o governo federal. “Agora é preciso a liberação imediata dos recursos pela União para as ações e obras.” A prefeita já apresentou pedidos de R$ 8,5 milhões para medidas emergenciais com o intuito de retirar as águas represadas no bairro Santo Afonso, o que inclui a contratação de bombas flutuantes, geradores, combustíveis e tubos PEAD para transpor a água sobre o dique até o rio. Além disso, há ainda pedido de R$ 9 milhões para obras fundamentais na Casa de Bombas, que foi inundada com a enchente. Fátima lembra que o dique e a casa de bombas são estruturas construídas pelo governo federal na década de 1970 e abandonadas ao final dos anos 1980, obrigando as prefeituras a assumirem sua manutenção.

COMO SE MANIFESTA O COMITESINOS
A Comissão Permanente de Assessoramento – CPA do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Comitesinos se posicionou a favor da reconstrução emergencial dos diques no Rio dos Sinos. De acordo com o comitê, embora estudos detalhados, técnica e ambientalmente embasados sejam importantes para definir soluções futuras de médio e longo prazo para controlar efeitos de cheias frente às mudanças climáticas, o atual cenário crítico de inundação demanda a implementação de ações imediatas para mitigar os danos e reduzir a vulnerabilidade da população da região. Ressalta ainda que é necessária urgência a implementação de intervenções emergenciais para a imediata recuperação dos diques, visando reduzir o fluxo de água e impactos da inundação, permitindo, assim, a recuperação dos bairros inundados. Para o Comitesinos, diante da magnitude do desastre e da necessidade de rápida intervenção, a reconstrução dos diques é uma medida essencial para garantir a segurança da população.

Correio do Povo

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