Paço Municipal e Pinacoteca Ruben Berta estão fechados desde o dia 3 de maio e contabilizam prejuízos nos equipamentos, que não puderam ser levantados em tempo hábil; acervos e obras de mostras foram preservados
Paço Municipal de Porto Alegre inundado pela enchente do Guaíba que atingiu o Centro Histórico da CapitalLeticia Pasuch, sob supervisão de Luiz Gonzaga Lopes
O Paço Municipal de Porto Alegre segue fechado pela enchente do Guaíba que atingiu o Centro Histórico da Capital. As águas tomaram o subsolo do prédio, já no primeiro dia de cheia na região central da cidade, na sexta-feira, o dia 3 de maio.
De acordo com Flávio Krawczyk, diretor do acervo artístico do Paço, o acervo foi protegido, e o maior prejuízo foi nos equipamentos que não puderam ser levantados em tempo hábil, como os de sistemas de energia. Depósitos e o almoxarifado, com materiais de escritório, também foram atingidos, além de outros materiais e peças históricas utilizadas em exposições. "O prejuízo a gente não tem como mensurar agora, apenas depois que as águas baixarem", atesta Flávio. Obras de grandes dimensões em bronze, aço e cimento não puderam ser retiradas devido ao tamanho, e estão submersas. Flávio garante, porém, que o dano não vai ser grande, já que as peças foram feitas para lidarem com intempéries, mas precisarão de uma limpeza rigorosa devido a contaminação da água da enchente.
O local costuma ser ocupado por exposições temporárias de arte contemporânea. A exposição “Veracidade” estava em cartaz desde o dia 28 de março, com 40 fotografias de Porto Alegre, mais de 40 obras impressas em papel fotográfico fosco em preto, inúmeros tons de cinza e branco, no tamanho 90 x 90 cm, com a autoria de mais de 30 fotógrafos. A exposição que seria encerrada no dia 31 de maio foi realocada para o pavimento superior ainda na quinta-feira, dia 2 de maio, um dia antes das águas tomarem o Centro Histórico.
No dia 7 de maio, foi feita uma vistoria até o prédio, e o acervo não havia sido atingido justamente pela sua elevação, tampouco a reserva técnica do Acervo Artístico da Prefeitura, que fica em torno de 1,5 metros acima do primeiro pavimento do local. Por muitos anos, o Paço Municipal sediou o gabinete do prefeito e alguns órgãos administrativos. Foi tombado no ano de 1979, e passou a ceder algumas salas para exposições de arte e a reserva técnica do Acervo Artístico da Prefeitura. Desde 2022, é administrado pela Secretaria Municipal da Cultura e Economia Criativa (SMCEC). O prédio tem a previsão de ser transformado no Museu de Arte de Porto Alegre.
Pinacoteca
A Pinacoteca Ruben Berta, localizada na rua Duque de Caxias, também no Centro Histórico, estava com a exposição “A Eloquência do Olhar” em cartaz. A mostra sobre poesia e artes plásticas foi parcialmente desmontada e todas as atividades foram adiadas, como oficinas de escrita criativa e as atividades previstas para a Noite dos Museus, evento que aconteceria no dia 18 de maio. O evento de museus e atrações artísticas também foi cancelado em decorrência do desastre climático. "Provavelmente nós vamos reabrir assim que tivermos energia elétrica e água potável, e quando forem resolvidas infiltrações", avisa Flávio.
No Paço, o cenário é outro. "As reformas e as restaurações necessárias vão ser muito mais custosas e longas, afetando toda a programação prevista para esse ano de 2024", diz Flávio. Quando for possível acessar novamente o prédio, será realizado um relatório de todos os danos verificáveis para iniciar o processo de recuperação da área afetada.
Correio do Povo
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