Com os eventos de inundação que estão assolando o estado do Rio Grande do Sul, muitas pessoas têm se voluntariado para ajudar aqueles que foram atingidos. Entre voluntários para resgate, triagem de doações, temos também aqueles voluntários que preparam refeições para os necessitados. A professora Juliana Gonçalves, coordenadora do curso de Nutrição da Estácio, deu algumas dicas para ajudar no preparo e conservação dos alimentos que estão sendo oferecidos.
Antes da pensarmos em produzir marmitas é muito importante sabermos quais os locais que querem receber esses alimentos por causa do tempo de armazenamento, até mesmo a própria preparação. “Um ponto para levar em consideração é tentar saber se é um local que tem todos os públicos, ou um local que tem só criança, só idosos, porque a textura dos alimentos também pode influenciar muito nesse preparo e, também, na aceitação dessa alimentação”, destaca a professora. Se possível, avaliar se há pacientes hipertensos, diabéticos ou com alguma restrição alimentar, já que essas comorbidades podem impactar na preparação do alimento.
Outra coisa a ser analisada é o armazenamento desse alimento, qual a temperatura adequada, e o tempo de preparação, são muito importantes de serem planejados, evitando que surja alguma doença transmitida por alimento e, também, visando evitar o desperdício de alimentação. Além disso é necessária a distribuição de talheres.
Ainda há de se pensar nos cuidados básicos de higiene no momento de produzir os alimentos. O ideal é que os cabelos sejam cobertos, ou por touca ou por lenço, e presos para evitar a contaminação e que caia cabelo na comida. “Muito importante a higienização das mãos e das unhas e, se puder, utilizar álcool em gel. Que o local seja limpo com água e sabão, ou água sanitária, ou até mesmo com álcool, para garantir a segurança desse alimento que vai ser produzido”, reforça Juliana. Esses cuidados com a higiene são essenciais, visto que muitas pessoas estão há dias sem se alimentar, estando com a saúde fragilizada. Sendo assim, não podem ter nenhum tipo de infecção ou doença transmitida pela alimentação, exigindo um cuidado maior na hora da preparação da comida.
Há ainda de se ter cuidado com a validade dos alimentos, sua textura e verificar se há presença de bolor, mofo ou cheiro estranho. Os alimentos de origem animal, principalmente carnes e laticínios, devem estar em refrigeração e devem ser distribuídos em até 30 minutos para que não haja perda. “Alimentos que ficam fora da refrigeração, mesmo que apresentem um cheiro ou até mesmo uma aparência normal, podem estar contaminados, então a gente tem que cuidar muito isso no momento de preparar a refeição”, diz a professora.
Quando for embalar o alimento, Juliana ressalta a importância de quem está distribuindo saber o tempo de armazenamento da alimentação e os ingredientes usados. “Na marmita colocar a data e a hora que a comida foi preparada, para sabermos o que é urgente. E, se a pessoa puder, também identificar o que foi utilizado, como leite ou trigo, para sabermos que aquele alimento não pode ir para alérgicos”, frisa. Outro ponto importante é não reutilizar embalagens, visto o risco de contaminação.
Já sobre o cardápio, a professora Juliana destaca que, em situações de calamidade, o ideal é que ele seja básico. As melhores opções, pensando em pratos únicos e rápidos de preparo, são arroz, arroz com ervilha, feijão, carnes, frango desfiado, carne em cubos ou carne moída, massa com carne, ovos cozidos. As saladas também precisam ser de fácil higienização e que não precisem tanto preparo, como, por exemplo, alface e tomate. Para sobremesa, há a opção de frutas. Com o clima esfriando, pode se pensar também em sopas e canjas. “Assim conseguimos suprir essas necessidades nutricionais que as pessoas precisam nesse momento de emergência que a gente está vivendo”, conclui.
Para mais informações, estou à disposição.
Atenciosamente,
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