segunda-feira, 20 de maio de 2024

Com recuo do rio Guaíba, Correio do Povo inicia limpeza e projeta volta à sede no Centro Histórico

 Prédio na esquina da Caldas Júnior com rua dos Andradas passará por avaliação da rede elétrica e manutenção de estruturas e equipamentos avariados pela água

Já é possível circular a pé pelas ruas dos Andradas, partes da Caldas Júnior e Sete de Setembro, e Correio do Povo prepara retorno à sede, no Centro Histórico 

Diante da redução do nível do rio Guaíba, o Correio do Provo planeja retomar atividades em sua sede na rua Caldas Júnior, no coração de Porto Alegre. O prédio onde também opera a Rádio Guaíba foi tomado pela água e evacuado no início do mês, quando diversos pontos do Centro Histórico foram inundados.

A água recuou durante o fim de semana, e o acesso pela rua dos Andradas está liberado, permitindo o início dos trabalhos necessários para o retorno à sede. Uma equipe começou a limpeza do andar térreo, que ficou alagado. De acordo com o diretor-presidente do Correio do Povo, Marcelo Dantas, o próximo passo será a revisão do sistema elétrico, para que, em um primeiro momento, as operações possam ser retomadas com auxílio do gerador de energia do prédio. Será necessária ainda a recuperação de mobiliário e substituição de equipamentos danificados.

Recepção e outras estruturas do andar térreo foram alagadas Recepção e outras estruturas do andar térreo foram alagadas | Foto: Mauro Schaefer

Desafio complexo

Próximo de completar 130 anos, a serem comemorados em outubro de 2025, o Correio do Povo enfrenta um de seus maiores desafios. A complexa cobertura da maior catástrofe climática da história do Rio Grande do Sul impõe ao jornal também desafios logísticos e humanitários que afetam diretamente a operação da empresa.

Desde que a sede do Correio do Povo, abrigada no Edifício Hudson, foi alagada, no dia 3, todos os funcionários passaram a trabalhar de maneira remota. Dentro do prédio, o nível da enchente superou 1 metro. A recepção, o setor comercial, a loja de atendimento ao leitor, o call center, os estacionamentos, o espaço cultural e o Estúdio Cristal da Rádio Guaíba foram inundados.

Gerador de energia foi utilizado para alimentar equipamentos usados na limpeza do prédio Gerador de energia foi utilizado para alimentar equipamentos usados na limpeza do prédio | Foto: Mauro Schaefer

O parque gráfico, instalado no Quarto Distrito, na zona Norte da capital gaúcha, também foi severamente atingindo pela cheia. Todo o andar térreo foi inundado e a máquina rotativa está alagada. Os danos no equipamento só poderão ser calculados após o recuo das águas, o que ainda não tem previsão de ocorrer.

A tragédia também afeta diretamente os funcionários de todos os setores da empresa. No jornalismo, há coordenadores, editores, repórteres e auxiliares que precisaram deixar suas casas, seja pelos alagamentos ou pelo comprometimento dos serviços de luz, água ou comunicação.

A retirada de equipamentos de dentro da empresa inundada, para viabilizar melhores condições de edição do conteúdo digital, além de garantir a retomada de processos administrativos, envolveu diversos profissionais.

Correio do Povo

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