quinta-feira, 23 de maio de 2024

A anulação das condenações de Odebrecht e o triunfo da corrupção e do arbítrio

 


Alguém ficou surpreso com a anulação das condenações de Marcelo Odebrecht, o personagem central do maior esquema de corrupção da história, desvendado pela operação Lava Jato? Seus crimes nem são negados. Ele mesmo confessou e explicou em detalhes como bilhões de reais foram desviados e direcionados para uma elite completamente corrompida, em que poucos não se venderam. O esquema ultrapassou as fronteiras do Brasil, financiando amigos do regime em diversos países, incluindo ditaduras brutais. Marcelo chegou ao ponto de explicar até como o ministro que agora anulou suas condenações tinha um codinome nas comunicações internas da empresa. À época, a revelação foi alvo de censura judicial. O ministro que abriu um inquérito para investigar seus críticos, transformando-se em vítima, investigador, acusador e julgador, ao mesmo tempo, decidiu que o processo contra Odebrecht deveria ser anulado por "violações ao devido processo legal". Diego Escosteguy, jornalista que cobriu em profundidade a operação Lava Jato, resumiu: "a decisão de Toffoli que anula todos os processos da Lava Jato contra Marcelo Odebrecht é um deboche de repercussão internacional. Agride os neurônios de quem perde tempo analisando-a. Não há mais o que dizer juridicamente. Sobra o escárnio." Desde que Lula foi descondenado e alçado à presidência, ficou claro que a sociedade brasileira colapsou. É preciso reconhecer que falhamos como país. Quanto mais cedo os brasileiros bem-intencionados reconhecerem o colapso moral, político e legal do país, maior a chance de iniciarmos um processo de refundação e reconstrução. O sistema deixou claro que está comprometido com a sua sobrevivência através da repressão. Antes, havia a corrupção, mas também a liberdade para falar dela e cobrar autoridades.
Vídeo de Leandro Ruschel

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