Governo equatoriano determinou retirada forçada do ex-vice-presidente Glass, sem autorização do México
Embaixador ficou ferido após ser imobilizado pelas forças de segurançaA Organização dos Estados Americanos (OEA) saiu em defesa do México, ao condenar "energicamente" a operação policial do Equador na embaixada mexicana em Quito. A resolução foi aprovada nesta quarta-feira e chama ao diálogo para resolver a crise diplomática.
Todos os países votaram a favor, exceto o Equador, que votou contra, e El Salvador, que se absteve. O México, que rompeu relações diplomáticas com o país sul-americano, esteve ausente, assim como a Venezuela, que há anos pediu sua saída da OEA.
Durante a reunião do Conselho Permanente, órgão executivo da organização, os países-membros expressaram sua repulsa pela invasão da embaixada para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, alvo de duas sentenças por associação ilícita e suborno, além de mandado de prisão pelo crime de peculato. A OEA "condena energicamente a intrusão nas instalações da embaixada do México no Equador e os atos de violência perpetrados contra a integridade e a dignidade do pessoal diplomático da missão", diz o texto aprovado.
O secretário-geral da organização, Luis Almagro, enfatizou um dos dez pontos da resolução: "a inviolabilidade das sedes diplomáticas e seu pessoal". Sem exceções, destacou Almagro, que elogiou a "bravura e profissionalismo" do diplomata mexicano Roberto Canseco, por tentar evitar a detenção de Glas.
"Revela a alta dignidade da diplomacia" com "seu profissionalismo e coragem arriscando seu próprio físico", disse Almagro sobre o diplomata, que usava um colar cervical ao retornar ao México. A resolução pede a todos os países que "respeitem" a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, cumpram a Convenção sobre Asilo Diplomático e não interfiram nos assuntos internos de outros Estados.
O Equador foi representado pelo vice-chanceler, Alejandro Dávalos, assim como em uma sessão realizada no dia anterior. Ele afirmou que seu país "respeita as normas e princípios enunciados na resolução", mas votou contra porque ela condena apenas o Equador e “não condena o México por suas múltiplas violações das normas e princípios do direito internacional".
O presidente do Equador, Daniel Noboa, defendeu na quarta-feira sua decisão de permitir a entrada na embaixada mexicana: "Respeitamos todas as nações, todos os países, mas a prioridade é o povo equatoriano, a justiça equatoriana."
AFP e Correio do Povo
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