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segunda-feira, 1 de abril de 2024

Israel tem maior protesto contra Netanyahu, desde início da guerra em Gaza

 Grupo quer eleições antecipadas e acordo para libertar reféns do Hamas

Manifestante prometem seguir mobilizados por vários dias em Israel 

Dezenas de milhares de israelenses se reuniram em frente ao Parlamento de Jerusalém neste domingo, na maior manifestação contra o governo desde que o país entrou em guerra contra o grupo terrorista Hamas. Os manifestantes pedem para que Benjamin Netanyahu entre em um acordo para libertar os reféns detidos em Gaza e que realize eleições antecipadas. A multidão se estendeu por quarteirões ao redor do Knesset, como é conhecido o prédio do parlamento, e os organizadores prometeram continuar a manifestação por vários dias.

Também no domingo, um ataque aéreo israelense atingiu um acampamento no pátio de um hospital lotado no centro de Gaza. Quatro palestinos morreram e outros 17 ficaram feridos, incluindo jornalistas que trabalhavam nas proximidades.

Os manifestantes clamavam ao governo para cancelar o próximo recesso parlamentar e realizar novas eleições, quase dois anos antes do previsto. Quase seis meses de guerra renovaram as divisões na sociedade israelense. O Hamas matou cerca de 1,2 mil pessoas durante o seu ataque em outubro e fez outras 250 reféns. Cerca de metade deles foram libertados durante um cessar-fogo em novembro, mas diversas outras tentativas de mediadores internacionais para haver outro acordo de cessar-fogo falharam.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu prometeu destruir o Hamas e trazer todos os reféns para casa. Mas esses objetivos têm sido ilusórios. Embora o Hamas tenha sofrido grandes perdas, o grupo permanece ativo e as famílias dos reféns acreditam que o tempo está se esgotando. "Depois de seis meses, parece que o governo entende que Bibi Netanyahu é um obstáculo”, disse o manifestante Einav Moses, cujo sogro, Gadi Moses, é mantido refém. "Como se ele realmente não quisesse trazê-los de volta, que eles falharam nesta missão.”

Netanyahu, em discurso transmitido pela televisão antes de ser submetido a uma cirurgia de hérnia neste domingo, disse compreender a dor das famílias dos reféns. Ele também disse que convocaria novas eleições - no que descreveu como um momento antes da vitória. Netanyahu também repetiu a sua promessa de uma ofensiva militar terrestre em Rafah, a cidade do sul de Gaza, onde mais de metade da população do enclave se abriga depois de fugir dos combates em outros locais. "Não há vitória sem entrar em Rafah”, disse ele. Os militares disseram que os batalhões do Hamas permanecem lá. Aliados e grupos humanitários alertaram para uma catástrofe com uma ofensiva terrestre em Rafah.

Netanyahu será submetido a uma cirurgia de hérnia, conforme anunciou seu gabinete. O ministro da Justiça, Yariv Levin, que tem o posto de vice-primeiro-ministro, assumirá as funções de Netanyahu durante a cirurgia, segundo o governo. Os médicos descobriram que Netanyahu tem uma hérnia durante um exame de rotina no sábado. Netanyahu, 74 anos, manteve uma agenda lotada durante a guerra de quase seis meses de Israel contra Hamas, e seus médicos disseram que ele está com boa saúde. No ano passado, porém, os médicos reconheceram que ele havia ocultado um problema cardíaco há muito conhecido depois de implantarem um marca-passo, em julho.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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