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terça-feira, 30 de abril de 2024

Israel cede em negociações por cessar-fogo com Hamas

 Autoridades israelenses indicaram que Tel-Aviv está disposto a reduzir o número de reféns a serem libertados, abrindo caminho para uma nova trégua


Israel reduziu o número de reféns que deseja que o Hamas liberte na primeira fase de negociações de uma nova trégua em Gaza, segundo autoridades israelenses, aumentando a esperança de um cessar-fogo. Enquanto isso, os EUA pressionam o Hamas a aceitar os termos da trégua, que não inclui uma pausa permanente. Por meses, Israel exigiu que o Hamas libertasse pelo menos 40 reféns - mulheres, idosos e os que estão gravemente doentes - para garantir uma nova trégua. Agora, o governo israelense está disposto a se contentar com apenas 33, de acordo com as autoridades, que falaram sob condição de anonimato.

A mudança seria em parte pelo fato de Israel acreditar que alguns dos 40 tenham morrido em cativeiro. Com isso, aumentou o otimismo que os dois lados possam selar a primeira trégua desde o cessar-fogo de novembro, quando o Hamas libertou 105 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Um alto funcionário do Hamas, Izzat al-Rishq, disse ontem que o grupo estava estudando a nova proposta israelense, mas não deu detalhes. O Hamas e seus aliados capturaram cerca de 240 israelenses e estrangeiros no ataque de 7 de outubro, o que levou Israel a declarar a guerra em Gaza. Acredita-se que mais de 130 reféns ainda estejam em cativeiro - alguns supõem-se que tenham morrido.

As negociações mediadas pelo Egito e pelo Catar estão paralisadas há meses devido a desacordos sobre o número de reféns e prisioneiros que deveriam ser trocados. Outro obstáculo seria a permissão de Israel para que civis retornem às suas casas no norte de Gaza - e quantos poderiam fazê-lo.

A duração de um cessar-fogo é outro ponto de discórdia. O Hamas quer que seja permanente, enquanto Israel deseja outra pausa temporária, para que ainda possa enviar tropas para Rafah, a última grande cidade de Gaza sob controle do Hamas. Membros de extrema direita da coalizão governista de Israel ameaçaram derrubar o governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, se a guerra terminar sem a derrota total do grupo terrorista.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajou ontem pela sétima vez ao Oriente Médio, desde o início da guerra, para aumentar a pressão sobre Israel e Hamas por um cessar-fogo. No Fórum Econômico Mundial em Riad, na Arábia Saudita, Blinken disse que Israel fez uma oferta 'extraordinariamente generosa' e apenas o Hamas estava no caminho de um acordo.

'A maneira mais rápida de acabar com isso é chegar a um cessar-fogo e a libertação de reféns', disse. 'O Hamas tem diante de si uma proposta extraordinariamente generosa por parte de Israel. Estou esperançoso de que eles tomarão a decisão certa e podemos ter uma mudança fundamental na dinâmica.'


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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