Nova planta será construída em Barra do Ribeiro e terá capacidade de processar 2,5 milhões de toneladas de celulose por ano
O governo do Rio Grande do Sul e a multinacional chilena CMPC firmaram um protocolo de intenções para a instalação de uma nova planta industrial de celulose em Barra do Ribeiro. Com aporte de R$ 24 bilhões - investimento privado recorde no RS -, o documento foi assinado nesta segunda-feira pelo governador Eduardo Leite, pelo presidente do Conselho das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa, e pelo CEO do grupo, Francisco Ruiz-Tagle.
No protocolo, firmado no firmado no Palácio Piratini, em Porto Alegre, a companhia e o Estado comprometem-se a realizar diversas obras de melhorias na infraestrutura do RS, como a duplicação de 376 quilômetros da BR-290 (entre Eldorado do Sul e Rosário do Sul), e a finalização da duplicação do trecho sul da BR-116.
A unidade terá capacidade para produzir até 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto ao ano. A matéria-prima serve para a fabricação de diferentes tipos de papéis, embalagens e produtos higiênicos, além de estar presente em itens como alimentos, medicamentos e cosméticos.
Segundo Gazitúa, o objetivo é que a planta seja uma das maiores do país e opere sob os mesmos padrões de eficiência e sustentabilidade das principais operações de celulose do mundo.
“Estamos convencidos da oportunidade. Esse é um projeto sustentável, com preocupação em neutralizar 100% as emissões de carbono”, afirmou Gazitúa.
A expectativa é gerar 12 mil empregos durante as obras. Em operação, a empresa deve promover 1,5 mil vagas de trabalho diretas e indiretas. A unidade será localizada a aproximadamente 35 quilômetros de distância do complexo industrial atual da multinacional em Guaíba.
“Este será o maior investimento realizado por uma única empresa na história do Rio Grande do Sul. Naturalmente, não basta simplesmente a importância deste recorde. Os resultados econômicos virão na medida em que haja produtividade, produtividade que depende e exige capacidade biologística, capacidade humana e uma série de outros itens, que devem estar perfeitamente alinhados para que nossa indústria possa produzir e competir”, completou o governador Eduardo Leite.
A direção da multinacional chilena informou que iniciou a tramitação para obtenção das permissões à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para estudos técnicos e avaliações ambientais.
Uma vez de posse das licenças e autorizações necessárias, o projeto será submetido ao conselho de administração da CMPC para análise da viabilidade, o que deve ocorrer até meados de 2026.
Investimentos adicionais
Além dos R$ 24 bilhões, a CMPC também avalia investir mais 420 milhões de dólares em obras de infraestrutura viária e R$ 150 milhões para o desenvolvimento de um novo terminal portuário em Rio Grande (RS), além da ampliação do terminal atualmente em uso pela companhia.
O secretário de Desenvolvimento Econômico reforçou que uma vez realizado, o empreendimento da CMPC impactará diretamente a economia de 80 municípios gaúchos. “Estamos celebrando um momento muito importante que levanta para o nosso Estado, para o desenvolvimento econômico e social aqui no governo do Sul. Estamos aqui tratando de um importante investimento e precisamos viabilizar a infraestrutura necessária para que aconteça”, finalizou.
A CMPC
Fundado em 1920 e pioneiro na fabricação de celulose e papel no Chile, o Grupo CMPC é o segundo maior do setor na América Latina, com 44 plantas industriais em 8 países: Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Equador, México, Peru e Uruguai. Chegou ao Rio Grande do Sul há 10 anos e, hoje, tem um enorme impacto direto na economia local: dos R$ 1,4 bilhão gastos com materiais e serviços, cerca de 70% são comprados Estado.
Correio do Povo
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