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quarta-feira, 27 de março de 2024

PIB do Agro cai quase 3% em 2023, aponta CNA

 Queda de 2,99% no acumulado de 2023 reflete-se na contribuição do setor à economia

Cultura é a principal da agricultura gaúcha 

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro fechou 2023 com uma queda de 2,99% ante a 2022, conforme levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq da Universidade de São Paulo (USP). Com isso, o setor reduziu sua participação no PIB total do país no período, de 25,2% em 2022 para 23,8% no ano passado.

O desempenho, segundo a CNA, foi afetado negativamente pela queda dos preços em todos os segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. O setor mais impactado foi o de insumos.

“O PIB dos insumos registrou uma redução de 23,57% no ano, com quedas nos ramos agrícola (-27,92%) e pecuário (-9,32%)”, informa a CNA.

O desempenho é explicado pela “significativa diminuição do valor bruto da produção, principalmente devido à desvalorização dos preços dos fertilizantes, defensivos agrícolas e rações para animais”.

No segmento primário, o PIB registrou uma retração de 1% no ano. O resultado foi sustentado, principalmente, pela agricultura, que acumulou um crescimento de 5,11% no ano. O avanço foi impulsionado pelo aumento da produção, com safras recordes, e pela redução dos custos de produção, devido à queda nos preços dos insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas.

Por outro lado, a pecuária registrou uma redução de 10,61% no PIB de 2023. “Apesar do aumento na produção ao longo de 2023 e da diminuição dos custos com alimentação dos animais, atividades importantes como a produção de leite, bovinos e frangos para corte sofreram consideráveis quedas nos preços”, justificou a CNA.

Na produção, a desvalorização foi capitaneada por algodão, café, milho, soja e trigo, além de bovinos, aves e leite. Nas agroindústrias, o movimento de baixa se deu, em maior escala, nos biocombustíveis e em produtos de madeira, óleos vegetais e na indústria do café.

Nas indústrias pecuárias, a redução nos preços afetou especialmente laticínios e frigoríficos. “Esse cenário não se agravou devido à excepcional produção agrícola e ao crescimento na produção pecuária, de laticínios e no volume de abates”, ressalva o estudo.

Correio do Povo

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