Chuck Schumer fez discurso contundente no plenário dos EUA
Líder democrata do Senado pede renúncia de Netanyahu em IsraelO líder da maioria democrata no Senado norte-americano, Chuck Schumer, fez nesta quinta-feira um discurso contundente no plenário criticando o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, chamado de 'obstáculo à paz no Oriente Médio'. O senador, que é judeu, pediu a renúncia do premiê e novas eleições em Israel. A crítica incomum de um dos políticos mais influentes dos EUA foi criticada pelo Likud, partido de Netanyahu.
'Israel não é uma república de bananas, mas uma democracia independente e orgulhosa', disse a legenda, em comunicado. 'Espera-se que um senador respeite o governo eleito de Israel e não o enfraqueça. Isso é sempre o correto a se fazer, ainda mais em tempos de guerra.'
Outros legisladores democratas também condenaram Netanyahu e sua coligação radical de direita. O presidente norte-americano, Joe Biden, chegou a dizer que a ofensiva militar israelense em Gaza era 'exagerada'. Mas o discurso de Schumer representa a crítica mais dura até agora de um alto político americano, pedindo que os israelenses substituam Netanyahu. 'Acredito de coração que sua maior prioridade é a segurança de Israel', disse Schumer.
'No entanto, também acredito que o primeiro-ministro Netanyahu se perdeu ao permitir que sua sobrevivência política tivesse precedência sobre os maiores interesses de Israel.' Insatisfação
O discurso de Schumer foi o mais recente reflexo da crescente insatisfação dos democratas com a condução da guerra por Israel e seu impacto sobre os palestinos, o que criou um dilema estratégico e político para Biden. Os republicanos tentaram capitalizar com a crise e tirar vantagens eleitorais, manifestando apoio a Netanyahu.
Em resposta a Schumer, o senador Mitch McConnell, líder da minoria republicana, disse no plenário que era 'grotesco e hipócrita' para os EUA, que criticam a interferência estrangeira na democracia americana, pedir a remoção de um líder de Israel democraticamente eleito.
'O Partido Democrata não tem um problema anti-Netanyahu. Ele tem um problema anti-Israel', afirmou McConnell. Os comentários de Schumer foram feitos um dia depois que os republicanos do Senado convidaram Netanyahu para falar, virtualmente, como convidado de um encontro do partido em Washington.
O premiê, no entanto, não pôde participar. No seu discurso, Schumer, que é senador por Nova York, um Estado com mais de 20% da população judaica dos EUA, disse que não estava tentando ditar qualquer resultado eleitoral e fez uma longa defesa de Israel. Mas, na sequência, foi implacável em suas críticas a Netanyahu, dizendo que o primeiro-ministro era um dos principais obstáculos para se alcançar a paz no Oriente Médio, junto com o Hamas, os 'israelenses de direita radical' e Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Palestina, que também deveria ser substituído, segundo o senador.
'A coligação de Netanyahu já não satisfaz as necessidades de Israel depois do 7 de Outubro', disse Schumer, referindo-se ao dia do ataque terrorista do Hamas a Israel. 'O mundo mudou - radicalmente - desde então, e o povo israelense está sufocado neste momento por uma visão de governo que está presa no passado.'
Antissemitismo
Foi a segunda vez que Schumer abordou a guerra entre Israel e Hamas no plenário do Senado desde 7 de outubro. O senador, o primeiro judeu a servir como líder no Senado americano, tem falado sobre sua fé e herança judaica, bem como sobre os dilemas morais e políticos que a guerra impôs aos judeus em Israel e nos EUA.
Em novembro, ele condenou o aumento do antissemitismo nos EUA, que se intensificou desde que Israel iniciou sua resposta militar ao Hamas e deixou dezenas de milhares de palestinos mortos. As observações de Schumer pareceram dirigidas a membros do seu próprio partido, ao dizer que alguns liberais e jovens estariam 'inconscientemente ajudando e encorajando' o antissemitismo em nome da justiça social.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo
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