Laudo atesta que um dos botões de controle de queimaduras estava em posição que permitia a liberação do gás
Explosão ocorreu por vazamento de gás em fogão, indica IGPUm exame pericial do IGP apontou que a deflagração de gás de cozinha provocou a explosão em um imóvel na rua Inocêncio de Oliveira Alves, no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre, no dia 4 de janeiro. De acordo com o laudo ao qual o Correio do Povo teve acesso, o vazamento ocorreu em um fogão do tipo cooktop, localizado dentro do apartamento 303, no bloco 10, do Condomínio Alto São Francisco. A análise atesta que um dos botões de controle de queimaduras estava em posição que permitia a liberação do gás.
Ainda segundo o documento, não foi possível identificar ‘de forma técnica e inequívoca’ o fator ignitor da explosão. No entanto, uma das causas apontadas foi contato da instalação elétrica e equipamentos eletrônicos energizados com a superfície aquecida do fogão.
Tiago Lemos, de 38 anos, morava na unidade que explodiu. Ele foi internado com queimaduras em 90% do corpo e morreu após quatro dias, devido à falência múltipla de órgãos.
A perícia destaca ainda que não houve vazamentos no kit central de gás, que é ligado aos demais apartamentos. Em outras palavras, o IGP concluiu que o acidente foi causado por uma das cinco bocas do fogão, que foi deixada aberta.
A torre 10, onde ocorreu a explosão, está desocupada e será demolida. Além disso, outras três torres (9, 11 e 12) seguem interditadas por risco de colapso da torre 10. No início da semana, moradores decidiram retornar aos apartamentos da torre 12, mesmo com a recomendação contrária das autoridades. A Defesa Civil de Porto Alegre afirmou estar ciente do retorno deles. A instituição, no entanto, afirma não ter autoridade para retirá-los.
A Polícia Civil não quis se manifestar sobre o laudo. A corporação afirmou que será aguardada a conclusão do inquérito policial, para a divulgação da investigação completa. A previsão é que a apuração do caso seja concluída nos próximos dias.
Na data da explosão, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para atender o vazamento de GLP (gás liquefeito de petróleo). A ocorrência acabou evoluindo para uma explosão que derrubou parte da parede da residência atingida. O acidente deixou nove pessoas feridas, incluindo três soldados.
No dia 9 de janeiro, o Ministério público do Rio Grande do Sul (MPRS) promoveu uma reunião entre moradores e empresas ligadas ao condomínio. O objetivo foi esclarecer as responsabilidades sobre o residencial e auxiliar os proprietários em questões como a liberação do seguro.
Participaram representantes do MP, da Defensoria Pública, dos moradores, da Prefeitura de Porto Alegre, da Caixa Econômica Federal, da construtora Tenda e da Guarida, que realiza a administração condominial. Na ocasião, o MP pediu que as empresas colaborem para que as demandas das mais de 400 pessoas que residem no local sejam atendidas.
Correio do Povo
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