Monica Sanches criticou a desastrosa transmissão do Carnaval pela Globo, expressando sua insatisfação com a escolha de afastar jornalistas experientes em favor de atores e influenciadores sem propriedade no assunto. Demitida da emissora no ano passado devido a cortes de gastos, a profissional, que contribuiu por três décadas na cobertura da folia, compartilhou uma foto ao lado de Pedro Bassan, Mariana Gross e Ana Luiza Guimarães, colegas que ainda permanecem na Globo e possuem vasta experiência em coberturas carnavalescas.
A ausência desses profissionais foi notada tanto nas arquibancadas quanto nas concentrações das escolas de samba durante os desfiles. Monica Sanches ressaltou a importância do time na foto, elogiando a equipe de reportagem que sempre amou e respeitou o Carnaval, destacando os 30 anos de sua participação em transmissões, envolvendo estudo dos enredos, sambas, visitas a barracões, e uma preparação séria para cobrir o grandioso espetáculo da avenida. A jornalista alfinetou, afirmando que tal dedicação é o mínimo esperado para quem se propõe a cobrir o maior espetáculo da Terra.
A jornalista apontou que o fracasso na transmissão deste ano se deu por conta da falta de preparo dos envolvidos. A emissora colocou a atriz Dandara Mariana para entrevistar famosos num camarote, e o influenciador Vítor diCastro ficou responsável pela repercussão das arquibancadas.
Responsável pelo comando da cobertura, o diretor J. B. Oliveira, o Boninho, se mostrou orgulhoso do trabalho realizado e ignorou as reclamações. “Eu sou o diretor, estou amando tudo. Não estou nem aí para as críticas”, limitou-se a dizer para a revista Veja.
A repórter Kenya Sade, transferida dos canais Multishow e GNT, também patinou em sua primeira vez na avenida. Apesar de trabalhar na área e de ter participado de transmissões de festivais musicais como o Rock in Rio e o The Town, ela incomodou os telespectadores por não fugir das perguntas óbvias sobre a “emoção de estar prestes a desfilar”.
Fenaj se pronuncia
A repercussão negativa da cobertura do Carnaval 2024 na Globo chegou até a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Na terça-feira (13), o órgão emitiu uma nota de repúdio à emissora por descartar jornalistas para colocar um microfone nas mãos de pessoas que sequer têm experiência.
Veja abaixo o comunicado na íntegra:
“Erros na transmissão, entrevistadores despreparados e desinformados e falta de detalhes foram algumas das reclamações feitas nas redes sociais pelo público que acompanhou os desfiles das escolas de samba pela televisão aberta em rede comercial neste Carnaval de 2024. Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou as/os espectadores sem informações cruciais sobre a festa.
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional, pois os/as jornalistas trazem uma perspectiva histórica e social para o trabalho, enriquecendo a compreensão pública do Carnaval.
Por meio de reportagens, análises contextuais e entrevistas, as/os jornalistas oferecem ao público uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do Carnaval. Além disso, destacam-se as questões sociais e políticas que permeiam essa celebração, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade.“
Com Informações Notícias na TV
Agora Notícias
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