Novo presidente da Assembleia Legislativa inicia hoje alinhamento para projeto na área, afirmando preocupação ambiental e união entre os Três Poderes
Adolfo Brito (centro) quer alinhar projeto para irrigação com apoio dos Três PoderesA partir desta quinta-feira, a Assembleia Legislativa, através do presidente Adolfo Brito (PP) começa a alinhar projetos na área da reservação de água e irrigação, projetando uma “virada de chave” para os agricultores do RS, que alterna períodos de estiagem com outros de excesso de chuvas, sem uma constância.
Brito afirma que haverá um trabalho conjunto com o Executivo estadual, através de secretarias como as do Meio Ambiente e da Agricultura, prefeituras, entidades do setor rural e Ministério Público, a fim de encontrar uma saída sustentável para o problema.
“Recebemos do governador ‘carta branca’ para começar a montar projetos. Já falamos com o MP e queremos trabalhar um projeto que viabilize a propriedade”, afirmou Brito, após sua posse à frente do Legislativo gaúcho, na tarde desta quarta-feira.
A ênfase na participação do MP e da Secretaria Estadual e Meio Ambiente é justificada por críticas aos projetos que já tramitam na Casa por facilitarem a intervenção em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Um deles, o PL 204/23 é de autoria do próprio Brito.
“Não queremos de maneira nenhuma prejudicar o meio ambiente. Queremos construir um projeto para que o agricultor possa trazer água do açude quando a chuva não vier. Não é um projeto do Adolfo Brito, nem do governador. É um projeto de Estado”, disse o parlamentar.
Em dezembro do ano passado, o PL 151/23, do deputado Delegado Zucco (Republicanos) chegou a ir ao plenário, provocando intensa discussão. Deputados da base aderiram ao discurso da oposição de ampliar o debate e sanar questões sobre o armazenamento de água, entre eles o próprio Brito, culminando com o pedido de Zucco para a retirada da pauta.
Experiências exitosas
Falando como representante do setor rural, à frente da Comissão de Agricultura, Brito pretende compilar as ideias de outros parlamentares e experiências de outros Estados e países para a formulação de um novo projeto, agora encampado pelo governo do Estado.
O presidente da Assembleia cita o caso de Israel, que utiliza o modelo internacional de irrigação por gotejamento. Além disso, ele esteve em novembro no Sergipe onde acompanhou técnicas utilizadas naquele Estado.
Em sua posse, Brito recebeu na sede do Legislativo o deputado estadual sergipano Marcelo Oliveira Sobral (União). O parlamentar, vice-presidente de comissão da agricultura da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), afirmou estar à disposição do Legislativo gaúcho para trocar experiências que funcionaram em seu Estado.
Encontros pelo RS
Independente das metodologias adotadas, o presidente da Assembleia prega que precisa haver viabilidade para que os agricultores operem de forma simples e garantam que a água chegue dos açudes paras as propriedades rurais. “Quantas safras já perdemos? Nos últimos cinco anos foram três safras cheias praticamente. Vamos dar as mãos. Tenho convicção que estamos no caminho.”
A ideia de Brito é realizar, a exemplo de seu antecessor, Vilmar Zanchin (MDB), que adotou a bandeira da educação, encontros em diferentes regiões do RS, ouvindo sugestões e demandas de prefeitos sobre a reservação de água e irrigação, com apoio da Emater/Ascar-RS.
Aos 73 anos, em seu oitavo mandato na Assembleia, Brito assumiu a presidência nesta quarta-feira sob o lema “RS Sustentável - Cada Gota Conta”.
Além dele, foram empossados os demais integrantes da composição para 2024. Paparico Bacchi (PL) será o 1º vice, com Eliana Bayer (Republicanos), sendo a 2ª vice. Pepe Vargas (PT) é o 1º secretário. Ele assumirá a presidência no ano que vem. Também foram empossados outros três secretários e quatro suplentes.
Correio do Povo
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