Viagens se inserem na prioridade de Lula de fortalecer a integração regional
Viagens se inserem na prioridade de Lula de fortalecer a integração regionalO presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará na próxima semana das cúpulas de Caricom e Celac, em sua busca para fortalecer a integração com órgãos multilaterais deixados de lado por seu antecessor Jair Bolsonaro. Lula viajará a Georgetown, na Guiana, em 28 de fevereiro para o encerramento da reunião de governantes dos 15 países da Comunidade do Caribe (Caricom), onde será recebido como 'convidado especial', disse aos jornalistas a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, Gisela Padovan.
Depois, Lula irá a Kingstown, em São Vicente e Granadinas, para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), criada em 2010 sob impulso do líder brasileiro em seu segundo mandato.
As viagens se inserem na prioridade de Lula de fortalecer a integração regional, especialmente com duas organizações que o Brasil havia 'deixado de lado há muitos anos', disse Padovan. Em 2020, Bolsonaro suspendeu a participação do Brasil na Celac, alegando que dava protagonismo a regimes não democráticos como os de Venezuela, Cuba e Nicarágua. Por outro lado, o Brasil manteve contato 'bastante escasso' com a Caricom e fechou algumas embaixadas, acrescentou Padovan.
Com o bloco caribenho, majoritariamente anglófono e culturalmente mais distante do restante dos países da América Latina, o governo Lula busca cooperar em segurança alimentar e na luta contra a mudança climática, temas-chave para essas pequenas ilhas e uma prioridade do Brasil, que exerce a presidência do G20 este ano.
Esta é a segunda cúpula da Caricom para Lula depois de participar da de 2005, além de uma reunião do bloco com o Brasil em 2010.Em Georgetown, o presidente brasileiro deve se reunir com seu par guianês Irfaan Ali, em meio a uma retomada dos laços comerciais entre os dois países vizinhos.
As trocas comerciais cresceram '1.000% nos últimos três anos', disse Padovan, para 2,6 bilhões de dólares (R$ 12,9 bilhões), especialmente pela compra de derivados de petróleo da Guiana, uma potência energética emergente. Mas os presidentes também devem abordar a disputa fronteiriça entre Guiana e Venezuela pelo território do Essequibo, depois que Brasília sediou uma reunião de seus ministros das Relações Exteriores em janeiro para tratar da crise.
Sobre a Venezuela, Padovan expressou a preocupação do Brasil pelas 'prisões de caráter político', após ser questionada pela AFP sobre a detenção da ativista Rocío San Miguel em 9 de fevereiro, acusada de 'terrorismo'.
AFP e Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário