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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Hungria derruba o último obstáculo à entrada da Suécia na Otan

 Legisladores húngaros aprovaram a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por uma maioria contundente de 188 votos a favor e 6 contra

Escolha pôs fim a décadas de não alinhamento Húngaro, após a invasão russa da Ucrânia 

O Parlamento da Hungria ratificou, nesta segunda-feira, 26, a adesão da Suécia à Otan, eliminando o último obstáculo à sua entrada, que pôs fim a décadas de não alinhamento após a invasão russa da Ucrânia.

Os legisladores húngaros aprovaram a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) por uma maioria contundente de 188 votos a favor e 6 contra.

"Hoje é um dia histórico", reagiu na rede social X o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, cujo país se tornará o 32º membro da organização.

"A Suécia está pronta para assumir as suas responsabilidades de segurança euro-atlântica", escreveu ele, quase dois anos após o início do processo de adesão.

A Suécia enfrentou diversas barreiras para entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte, que incluíram a difícil negociação para obter a aprovação da Turquia, um processo concluído em janeiro.

Além disso, o país precisou convencer o primeiro-ministro húngaro, o nacionalista Viktor Orban, porque o protocolo de adesão da Otan exige a aprovação unânime dos países membros da aliança.

A Suécia apresentou sua candidatura para integrar a aliança em maio de 2022, meses após a invasão da Ucrânia. O pedido aconteceu ao mesmo tempo que o da Finlândia, que em abril de 2023 se tornou o 31º país membro da organização.

No início da sessão parlamentar, Orban elogiou a recente visita a Budapeste de seu homólogo sueco Ulf Kristersson, que contribuiu, segundo ele, para a construção de "uma relação justa e respeitosa entre os dois países" para além das "divergências de opiniões".

"A entrada da Suécia na Otan reforçará a segurança da Hungria", acrescentou.

Orban sempre afirmou que era favorável à adesão da Suécia à Otan, mas adiou a votação diversas vezes, pois exigia que o país nórdico "respeitasse" o seu governo.

A visita de Kristersson acelerou as negociações. Durante a viagem, o governo húngaro anunciou a compra de quatro caças suecos.

Para alguns analistas, o adiamento na aprovação por parte da Hungria foi uma estratégia para negociar com a União Europeia o desbloqueio de bilhões de euros em fundos que estão congelados.

Outros analistas apontaram como motivo a proximidade de Orban com o presidente russo, Vladimir Putin, e o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, que explicou sua relutância por motivos de segurança.

32º membro

"Agora que todos os aliados aprovaram, a Suécia se tornará o 32º aliado da #Otan", escreveu o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, na rede social X. "A adesão da Suécia nos tornará mais fortes e seguros", afirmou.

O chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, considerou na mesma rede social que a integração do país à aliança "fortalecerá" a "segurança da Europa e do mundo".

Após o pronunciamento do Parlamento, a lei irá para a presidência para ser promulgada nos próximos dias.

Posteriormente, segundo o regulamento da Otan, a Suécia será então convidada a aderir ao Tratado de Washington e a tornar-se oficialmente o 32º membro do acordo militar.

A solicitação da Suécia para ingressar neste tratado rompeu com uma política de não alinhamento sustentada por décadas e que estava baseada na rejeição da maioria da população.

A invasão russa na Ucrânia marcou uma transformação drástica na atitude dos partidos políticos suecos e na opinião pública, e em maio de 2022, a maioria do Parlamento votou a favor da adesão à Otan.

As Forças Armadas suecas dispõem de 50 mil soldados, dos quais cerca de metade é reservista, mas o primeiro-ministro declarou em janeiro que o seu país está disposto a fornecer tropas às forças da Otan na Letônia.

Na esfera geopolítica, após a entrada da Finlândia, a adesão da Suécia significa para a Rússia que o Mar Báltico está agora rodeado por países membros do acordo militar.

AFP e Correio do Povo

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