segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Após reações israelenses, Lula mantém que Israel pratica genocídio em Gaza

 Presidente brasileiro reiterou seu desejo da criação de Estado Palestino livre e soberano e que viva em harmonia com o Estado de Israel

Após reações israelenses, Lula volta a dizer que Israel pratica genocídio em Gaza 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira que Israel comete um genocídio contra civis palestinos na Faixa de Gaza. A declaração veio após a fala polêmica de Lula sobre o conflito e que gerou reações israelenses por comparar as ações do Estado hebreu ao Holocausto.



"O que o governo do Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinados", disse Lula, durante um ato no Rio de Janeiro.

Lula reiterou seu desejo de que um Estado Palestino livre soberano seja criado e viva em harmonia com o Estado de Israel.

"Da mesma forma que eu disse quando estava preso que eu não aceitaria acordo para sair da cadeia e que eu não trocaria a minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável a criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa esse Estado Palestino viver em harmonia com o Estado de Israel", ampliou.

O presidente brasileiro pediu para que suas falas não sejam interpretadas de maneira equivocada. "Não tentem interpretar a entrevista que eu dei. Leiam a entrevista e parem de me julgar a partir da fala do primeiro-ministro de Israel", afirmou sobre Benjamin Netanyahu.

Hipocrisia

O presidente ainda afirmou que o governo brasileiro trabalha para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclua representações permanentes de países da América Latina, da África, da Índia e outras nações. Ele ainda criticou os vetos do governo dos Estados Unidos às resoluções da ONU para um cessar-fogo em Gaza e, sem citar nomes, chamou de "hipócrita" a classe política pela inação diante dos conflitos em curso.

"Somente quando a gente tiver um conselho [de segurança] da ONU democrático, com mais representação política, e somente quando a classe política deixar de ser hipócrita, somente quando ela encarar as verdades. Não é possível que as pessoas não compreendam o que está acontecendo em Gaza. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade com milhões de crianças que vão dormir todo santo dia com fome, porque não têm um copo de leite, apesar do mundo produzir alimento em excesso", afirmou.

O presidente apelou por mais política para a solução de guerras. "É importante que as pessoas saibam enquanto é tempo de saber. Nós precisamos ter consciência que o que existe no mundo hoje é muita hipocrisia e pouca política. A gente não pode aceitar guerra na Ucrânia, como não pode aceitar a guerra em Gaza, como não pode aceitar nenhuma guerra", concluiu.

AFP e Correio do Povo

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