Casas de saúde que assinaram a carta entregue ao governador Leite representam mais de 60% dos atendimentos do IPE Saúde
Casas de saúde que assinaram a carta entregue ao governador Leite representam mais de 60% dos atendimentos do IPE SaúdeO IPE Saúde confirmou em nota que adiará em 30 dias a entrada em vigor do novo modelo de remuneração, previsto inicialmente para o dia 1º de março. A medida ocorre após pressão de entidades e casas de saúde que encaminharam uma carta ao governador Eduardo Leite pedindo a suspensão das normativas. Juntas, as entidades que assinaram o documento representam mais de 60% dos atendimentos do IPE Saúde.
De acordo com a instituição, os ajustes que entrariam em vigor nesta semana foram discutidos com hospitais e representantes de federação. “A diferença do valor entre o que os hospitais recebiam e deixarão de receber por medicamentos será realocada para o reajuste de serviços, aumentando em até 90% o repasse para esse tipo de contas. Recentemente foram realizados reajustes importantes nos valores repassados aos médicos, como é o caso do valor de consultas médicas e visitas hospitalares, reajustados em novembro, e dos procedimentos médicos, reajustados em dezembro”, citou a nota.
Na última semana, ao menos 14 hospitais, além da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul) e a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS), assinaram uma carta encaminhada ao governador, destacando que as mudanças no modelo de remuneração impactariam em uma queda nas receitas das casas de saúde credenciadas entre 10% e 33%.
Cremers também divulga nota sobre mudanças no IPE Saúde
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, afirmou que a entidade também está acompanhando a situação do novo modelo de remuneração do IPE Saúde e endossou o pedido da suspensão. Em carta aberta, o presidente pediu uma urgente atualização dos valores de consultas e procedimentos pagos aos médicos credenciados. “A tabela de remuneração dos serviços médicos está defasada há muitos anos, e impacta negativamente o atendimento aos pacientes. Os valores pagos aos médicos, muitas vezes são impraticáveis para garantir o trabalho médico e a manutenção dos consultórios, inviabilizando o atendimento pelo IPE Saúde”, apontou.
Trindade ressalta ainda que as negociações realizadas pelo governo do Estado não foram cumpridas, resultando no descredenciamento de médicos de diversas especialidades. “O Cremers entende como justa a reivindicação das entidades hospitalares e adere à urgência na revisão do modelo de remuneração, uma vez que os médicos também sofrem com os baixos valores pagos pelo IPE Saúde”, finalizou.
Correio do Povo
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