quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Temporal desta terça foi um dos maiores da história recente de Porto Alegre, diz MetSul

 Foram registradas rajadas de ventos de quase 120 km/h; fenômeno é comparado ao ocorrido em janeiro de 2016

Árvore desabou sobre residência e bloqueou via no bairro Assunção 

Umas das tempestades mais fortes da história recente de Porto Alegre. Foi assim que a MetSul classificou o temporal ocorrido na noite de ontem e durante a madrugada desta quarta-feira na cidade de Porto Alegre. Segundo o Instituto de Meteorologia, somente em uma hora, a chuva acumulou 60 mm a 70 mm em diferentes pontos da cidade. Ou seja, choveu a metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro na cidade que é de 120,7 mm.

Também foram registrados fortes rajadas de vento que variaram de 80 a mais 100 lm/h em diversos locais. No Aeroporto Salgado Filho, por exemplo, o vento chegou 89 km/h, mesma velocidade observada no Jardim Botânico. Em estações particulares de clubes náuticos no Sul da capital anotaram quase 120 km/h. Na base aérea de Canoas teve vento de 107 km/h. “Assim, por certo, rajadas tão fortes quanto 110 km/h a 130 km/h ocorreram”, observa MetSul.

O evento foi comparado com os episódios de tempo severo de outubro de 2015 e janeiro de 2016. Assim como hoje, naqueles anos, o fenõmeno El Niño estava muito forte.

O que explica a força do temporal?

Segundo a MetSul, alguns fatores foram fundamentais para o temporal ocorrido. Uma área de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera (“baixa fria”) avançou durante a terça do Chile para o Oeste e o Centro da Argentina, rumando depois para o Uruguai. Ao mesmo tempo, uma intensa corrente de vento avançava pelo Norte da Argentina até o Uruguai e o Rio Grande do Sul com ar muito quente que forneceu energia para instabilizar a atmosfera acentuadamente ao encontrar a “baixa fria”, gerando chuva intensa a excessiva com temporais fortes a severos de vento e granizo.

Uma linha de instabilidade, também conhecida nos Estados Unidos como sistema convectivo quase-linear (QLCS), avançou do Oeste e do Sul do estado com chuva intensa, granizo e vendavais. A linha, ao alcançar Porto Alegre, desenvolveu uma célula de tempestade ainda mais forte, gerando o temporal violento na capital, mas que não atingiu toda a área metropolitana com a mesma severidade.

Correio do Povo

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