segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Plano industrial será apresentado nesta segunda, com subsídios e compra de produtos nacionais

 Governo Lula deve apostar em três grupos de estímulo do Estado para o setor produtivo



O governo Lula vai lançar nesta segunda-feira uma política industrial que prevê três grupos de estímulo do Estado ao setor produtivo, divididos em instrumentos financeiros como linhas de crédito, subsídios e subvenções; melhoria do ambiente de negócios; e o uso do poder de compra do setor público para alavancar áreas estratégicas.

Em relação ao último, parte das decisões irá passar por uma comissão de ministros que vai definir, por exemplo, os setores nos quais o governo exigirá a aquisição de produtos e serviços nacionais - tendo o Novo PAC como referencial. O plano reedita iniciativas de outros governos do PT criticadas por economistas. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, "o que está sendo criado é mais custo fiscal, e não tem garantia de que vai funcionar”.

As metas "aspiracionais da política industrial”, chamada de Nova Indústria Brasil, passarão nesta segunda pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que se reúne às 11h no Palácio do Planalto. O documento traça estratégias até 2033. A política foi produzida ao longo do segundo semestre do ano passado pelos membros do CNDI, que é liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e é composto por 20 pastas, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores.

Entre as propostas, está um projeto de aumentar para 50% a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário e alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional. Para a "missão verde”, o Executivo quer reduzir em 30% a emissão de CO² por valor adicionado da indústria, e aplicar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes.

"Isso já foi feito no passado e nunca houve um trabalho para tentar identificar o que de fato funcionou, o que vale replicar e o que não vale. O governo está atacando em várias frentes, mas deveria ter feito um esforço, gastado recursos, como o que está sendo feito no Ministério do Planejamento: um levantamento do que temos de subsídios e do que funciona”, pondera Vale.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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