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terça-feira, 30 de janeiro de 2024

PF diz que Carlos Bolsonaro integrou 'núcleo político' de interferência na Abin

 Espionagem ilegal queria obter ganhos políticos ao 'criar narrativas' para envolver autoridades da oposição, jornalistas e políticos, além de fiscalizar o andamento de investigações de aliados

Carlos Bolsonaro foi convocado pela PF a depor no caso Abin 

A Polícia Federal (PF) identificou a existência de um 'núcleo político' da organização criminosa responsável pela espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, faria parte desse núcleo, de acordo com a investigação.

Na manhã de hoje, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao filho do ex-presidente. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro retirou o sigilo da decisão há pouco.

De acordo com o despacho de Moraes, o que colocou Carlos Bolsonaro no centro da investigação foram mensagens identificadas pela PF com um pedido de ajuda realizado pela assessora do vereador a uma assessora do delegado Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin. Os assessores envolvidos também foram alvos da operação da PF.

"Os elementos de prova colhidos até o momento indicam, de maneira significativa, que a organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras”, diz Moraes no despacho. O objetivo da espionagem ilegal seria obter ganhos políticos ao 'criar narrativas' para envolver autoridades da oposição, jornalistas e políticos, além de fiscalizar o andamento de investigações de aliados, de acordo com a PF.

Ramagem, que hoje é deputado federal (PL-RJ), já foi alvo de busca e apreensão pela PF na última quinta-feira, 25. Ele foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 por Bolsonaro e deixou o cargo em março de 2022.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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