Pesquisador aponta cuidados que os banhistas precisam ter com aves que se reproduzem no litoral durante o Verão
Registro de uma coruja-buraqueira protegendo seu ninho em dunas no bairro Araçá, em Capão da CanoaQuem caminha pela beira da praia no Litoral Norte pode perceber uma grande quantidade de aves que utilizam a região durante o Verão. De quero-quero a até mesmo corujas, estes animais dividem a faixa de areia com os banhistas, exigindo cuidados especiais, principalmente no caso das tocas e dos ovos colocados pelas aves nestes espaços. Conforme um estudo realizado na Praia Grande, em Torres, foram identificadas 53 espécies de aves que utilizam a faixa de areia ou as dunas.
De acordo com, Paulo Henrique Ott, professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), a maioria destas espécies residem no litoral gaúcho, e algumas delas utilizam as dunas para se reproduzirem. Entre elas estão a coruja-buraqueira (Athene cunicularia) e o quero-quero (Vanellus chilensis), além de espécies menos conhecidas, como o piru-piru (Haematopus palliatus) e o curriqueiro (Geositta cunicularia).
“Essas espécies se reproduzem durante a primavera e verão, coincidindo com os períodos de maior ocupação de nossas praias em função do veraneio. Assim, é fundamental que as pessoas tenham alguns cuidados para não prejudicar a reprodução dessas espécies. Além do risco de destruir os ninhos e quebrar os ovos, os filhotes também são bastante sensíveis durante esse período”, destacou o pesquisador.
Ott apontou alguns dos cuidados que os banhistas precisam ter com os ninhos destas aves, como o uso de passarelas para chegar até a praia, evitando passar pelas dunas; não deixar lixo na praia; manter o cachorro sempre na guia durante passeios pela praia; e não andar de carro ou demais veículos na faixa de areia ou nas dunas. “Um problema bastante sério é a predação dos filhotes das aves por cachorros soltos. Outro é a circulação de veículos em algumas praias, sejam eles carros, motos ou quadriciclos, apesar de proibidos por lei. Além do risco de atropelamento de filhotes, a circulação de veículos interfere diretamente na alimentação de algumas espécies”, completou.
Correio do Povo
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