quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Jordy presta depoimento no Rio de Janeiro, nega relação com 8/1 e diz que foi vítima de “pesca probatória”

 Deputado é alvo de buscas da 24ª fase da Operação Lesa Pátria

Jordy disse que não conhece ninguém que esteve nos atos de 8 de janeiro 

Alvo de mandados de busca e apreensão na 24ª fase da Operação Lesa Pátria, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 18. A Operação Lesa Pátria investiga os suspeitos de planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos ocorridos entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Segundo a PF, os fatos investigados na 24ª etapa constituem, em tese, supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.

Em entrevista à imprensa antes do início da oitiva, Jordy afirmou que não conhece "ninguém que esteve no 8 de janeiro" e que não há nada que possa incriminá-lo com relação aos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no ano passado. Segundo o parlamentar, a ação da PF "é uma pesca probatória". "Eles fazem uma diligência, uma busca e apreensão, buscando encontrar alguma outra coisa para nos acusar", afirmou.

"Eu tenho muita tranquilidade. A não ser que estejam fazendo alguma armação para mim. E tudo me leva a crer que é isso. É uma pesca probatória com viés político. Não conheço ninguém que esteve no 8 de Janeiro. Eu não tenho nada que possa me incriminar. Não existem essas mensagens. Isso, nós vamos provar", disse o deputado.

Pré-candidato à prefeitura de Niterói, Jordy afirmou ainda que "em momento algum" fez incitações aos ataques. "Nunca incitei, muito menos financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro e ninguém dessas pessoas que foram para os quartéis generais. Eles dizem que há mensagens minhas, que eu seria um articulador, mas é mentira", disse.

"Fui acordado com fuzil no rosto"

No início da manhã desta quinta-feira, o parlamentar classificou, pelas redes sociais, as buscas por ele sofridas como "medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal".

O deputado afirmou que foi acordado com um fuzil no rosto pela PF e criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que assinou o mandado de busca e apreensão na casa e no gabinete do parlamentar.

"Hoje eu sofri uma busca e apreensão da Polícia Federal. Fui acordado às seis da manhã. Estava dormindo com minha filha e com a minha esposa. Fui acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal. Os agentes foram até bem educados. Diziam que estavam fazendo trabalho deles. Mas eu não sabia o que era", disse em vídeo publicado no X (antigo Twitter).

A Polícia Federal disse, ao site Metrópoles, que a ação seguiu o protocolo da corporação, e não houve necessidade de uso da força para entrar na casa do parlamentar no Rio de Janeiro.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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