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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Atentado perto de túmulo de general deixa 103 mortos no Irã

 Qassem Soleimani morreu em 2020

Atentado perto de túmulo de general deixa 103 mortos no Irã 

Pelo menos 103 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) no Irã, após uma dupla explosão contra uma multidão que homenageava o general assassinado Qasem Soleimani, no quarto aniversário de sua morte, informou a imprensa estatal iraniana.

As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque com drone em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.

As explosões ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do país. "Uma enorme explosão foi ouvida perto da mesquita", informou a emissora estatal de televisão, antes de noticiar outra detonação minutos depois.

Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, declarou na televisão que as bombas foram "um atentado terrorista". Imagens divulgadas na internet mostraram a multidão que tentava fugir do local enquanto forças de segurança isolavam a área. A televisão estatal mostrou ambulâncias e socorristas no local.

Ao menos 170 pessoas ficaram feridas, segundo a imprensa estatal iraniana. A agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que duas bolsas com bombas explodiram. "Os autores (...) aparentemente detonaram as bombas por controle remoto".

Quarto aniversário de sua morte

Citando o prefeito de Kerman, Saeed Tabrizi, a agência de notícias ISNA afirmou que as duas explosões ocorreram com 10 minutos de diferença. A multidão lembrava o quarto aniversário da morte de Soleimani, assassinado aos 62 anos em um ataque em 2020 realizado com um drone americano nos arredores do aeroporto de Bagdá.

O general, encarregado das operações exteriores dos Guardiães da Revolução -- o exército ideológico do Irã -- foi o arquiteto das operações militares iranianas no Oriente Médio. Após participar na guerra Irã-Iraque (1980-1988), chegou rapidamente até converter-se em chefe da Força Quds, responsável pelas operações exteriores da República Islâmica.

Era uma das personalidade públicas mais populares do país. Após sua morte em 2020, o aiatolá Ali Khamenei, guia supremo do Irã, decretou três dias de luto nacional.

AFP e Correio do Povo

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