sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

PIB do Rio Grande do Sul tem queda no terceiro trimestre de 2023

 Economia gaúcha recuou 0,1% entre julho e setembro; resultado tem impacto direto das atividades industrial e agropecuária

Martinho Lazzari, pesqisador do DEE 

O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul encolheu 0,1% entre julho e setembro de 2023, quando comparado ao trimestre anterior. Os números divulgados nesta quinta-feira pelo governo do Estado indicam retração da atividade industrial e participação menor do campo. Em análise comparativa com o mesmo período do ano passado, o RS teve variação de 0,1%, enquanto o Brasil registrou alta de 2% no mesmo período de 2022.

Historicamente ocorre redução da atividade agropecuária no terceiro trimestre, o que gera reflexo no PIB estadual. Contudo, a queda do segmento foi expressiva: 15,5%, o que acentuou o resultado negativo da economia gaúcha no trimestre. No acumulado do ano, a agropecuária tem alta de 26,5% e havia contribuído até aqui para a variação positiva da economia gaúcha nos trimestres anteriores (2,5%).

Alta nos serviços e queda na indústria

O setor de serviços, que tem alta acumulada de 2,9% em 2023, registrou avanço de 0,6% no trimestre – o mesmo desempenho do país. Comércio, seguros e serviços de informação tiveram os melhores desempenhos.

Já a indústria, apesar do bom desempenho entre julho e setembro (+1%), acumula retração de 5% ente os meses de janeiro e setembro deste ano.

O PIB

A análise econômica foi apresentada pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do RS. O cálculo é uma referência ao desempenho dos diferentes setores econômicos do Estado e aos comparativos com os resultados do país. Os dados foram elaborados por técnicos do DEE.

Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística do RS, e Martinho Lazzari, pesquisador do DEE Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística do RS, e Martinho Lazzari, pesquisador do DEE | Foto: Ricardo Giusti / CP

Na entrevista coletiva após a apresentação dos números, o pesquisador do DEE, Martinho Lazzari, apontou comércio e construção civil como dois setores extremos que contribuíram o resultado do trimestre.

“Não chegou a ser robusto, mas comparado com o Brasil, o resultado do comércio chamou atenção. E negativo temos a construção civil, com movimento de queda após período de recuperação pós-pandemia”, complementou.

A situação econômica da Argentina também foi pauta. O país vizinho é considerado um importante parceiro comercial do Rio Grande do Sul e o especialista projeta que a troca de governo pode influenciar no PIB do quarto e último trimestre de 2023. “A Argentina está entre os principais parceiros comercial do Estado, depois de Estados Unidos, China e União Europeia, principalmente para a indústria. A perspectiva é de que o país vizinho tenha PIB negativo, o que acaba rebatendo na economia do Rio Grande do Sul”, indica.

Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário